Análise Degrees of separation – Quando a arte se junta aos videojogos

Ember e Rime vivem sozinhos, cada um no seu mundo. Os mundos criados pela Moondrop são espelhos um do outro, que tanto podem ser vistos como iguais ou como completamente opostos. Se o mundo de Ember tem um aspeto quente e bastante acolhedor, o mundo de Rime embora tenha a mesma paisagem apresenta um ambiente completamente oposto… olhar para estes mundos é como olhar para a mesma paisagem em épocas diferentes do ano, igual mas diferente.

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A missão é simples, ajudar Ember e Rime a perceber porque é que sentem atraídos um pelo outro. Mas também, quem sabe ajudá-los a que, no fim, consigam viver juntos sem a barreira que os separa desde o início do jogo.

 

Cooperação é elemento chave

Degrees of Separation é um jogo de plataformas 2D, bastante simples de perceber como jogar e que nos começa a prender à sua história desde o primeiro minuto. O que mais me cativou foi a forma como a cooperação é o elemento mais importante do jogo, mesmo quando jogamos sozinhos.

Com já foi referido no início do artigo temos em mãos duas personagens que tentam perceber porque é que existe uma barreira entre eles mas também porque é que sentem que existe uma força a puxá-los um para o outro. Estas duas personagens e os seus distintos mundos fazem com que os puzzles que vão aparecendo ao longo de Degrees of Separation só tenham resolução possível se trabalharem em conjunto.

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Em todos os mundos que visitamos vamos encontrar puzzles onde vamos ter que trabalhar com as habilidades de ambas as personagens… seja para criar uma bola de neve com Rime e subir a um local mais alto ou mesmo descongelar um lago com o calor do mundo de Ember.

Durante o decorrer do jogo consegui perceber que os puzzles, ou grande parte deles, vão ficando mais difíceis à medida que avançamos na história de Degrees of Separation. Este aumento de dificuldade é muito bem-vindo pois faz com que os puzzles não se tornem repetitivos e ainda com que os jogadores sejam obrigados a pensar cada vez mais ao longo do jogo, dando assim um um sentimento de “dever cumprido” no fim de cada puzzle.

Os bons puzzles agregados à maravilhosa história escrita por Chris Avellone fazem com que Degrees of Separation seja um daqueles jogos que merecem ser jogados.

Acredito que este título seja muito mais divertido como eu o joguei, com dois jogadores, mas caso não queiram ter mais ninguém na vossa sessão de jogo não se preocupem porque os controlos para utilização das duas personagens durante  sessões single player são bastante simples. Podem trocar, com um simples toque de botão, de uma personagem para a outra… a segunda personagem vai seguir a principal e caso seja necessário existe ainda outra tecla para chamar a segunda personagem para a nossa beira.

Importa ainda referir que existe um sistema de fast-travel entre pontos específicos do mundo em que estamos que para além de nos permitir voltar atrás para completar algo que tenhamos deixado, permite-nos ainda perceber que partes daquela zona ainda nos faltam explorar, um ponto bastante interessante que torna o título mais fácil de explorar.

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Ao evoluirmos na história as nossas personagens vão também crescendo, aprendendo novas habilidades e manipulando outros elementos fazendo com que o jogo continue a cativar os jogadores… fazendo com que queiramos perceber até onde é que a manipulação de elementos vai evoluir.

Arte no seu estado mais puro

Se a história de Degrees of Separation é boa, o seu aspeto visual e a banda sonora criada para o jogo são o seu ponto mais forte. Mesmo sendo um jogo em 2D, a arte apresentada pelo título é de uma beleza surpreendente, conseguindo unir dois ambientes tão distintos de uma forma tão fluida que acabamos por nos esquecer que Ember e Rime estão separados por uma misteriosa barreira.

Os diferentes ambientes que vamos visitando apresentam paisagens bastante  detalhadas e o trabalho feito com a luz faz com que em certas zonas, quando ultrapassamos uma floresta por exemplo, tenhamos a sensação que de facto estamos a atravessar essa floresta… os raios de luz passam entre as árvores tornando o ambiente de luz e sombra absolutamente divinal.

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As pequenas diferenças entre os dois distintos mundos também são capazes de fazer a delícia dos nossos olhos. Enquanto no mundo de Ember conseguimos ver flores a surgir e um ambiente mais primaveril, no mundo de Rime esse ambiente é trocado por um inverno rigoroso que faz com que essas mesmas flores desapareçam.

Os dois distintos mundos estão bem ligados, que no decorrer do jogo acabemos por nos esquecer que estamos a lidar com dois ambientes distintos… este pensamento só nos chega à mente quando temos que deixar uma das personagem liderar a aventura para congelar ou descongelar certa parte do terreno de jogo. Mas o melhor é mesmo verem com os vossos próprios olhos…

A banda sonora de Degrees of Separation, para além de estar muito bem conseguida, ajuda a desenvolver um ambiente  muito próprio para cada uma das diferentes zonas que visitamos, fazendo com que o grau de imersão do jogo seja bem elevado… mesmo sendo um jogo em duas dimensões.

Para além da música, que nos ajuda a ter uma experiencia bastante tranquila, há outros aspetos sonoros no jogo que merecem ser referidos pois embora a música nos acompanhe de forma constante conseguimos perceber perfeitamente a existência de outros sons, desde os passos até ao movimento de certos elementos mecânicos que temos que ativar para ultrapassar alguns puzzles… tudo isto faz com que, mais uma vez, Degrees of Separation, nos consiga transportar para o mundo de Ember e Rime.

Considerações Finais

Degrees of Separation é um jogo de plataformas muito bem conseguido, mostrando um co-op que encaixa muito bem no tipo de título e fazendo com que as aventuras de Ember e Rime se tornem muito mais divertidas de ultrapassar pois podemos fazê-lo com o nosso Player 2 favorito… e o gaming deve fazer isso mesmo. Ajudar-nos a partilhar bons momentos e aproximarmo-nos das pessoas à nossa volta.

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Caso queiram experimentar o jogo em single-player podem fazê-lo, Degrees of Separation permite-nos guardar quatro saves diferentes fazendo com possam existir duos diferentes ou 4 experiências single-player dentro da mesma conta de utilizador. 

O título da Moondrop, publicado pela Modus Games, é um daqueles jogos que merece ser jogado por todos. Já se encontra disponível para Windows PC, Xbox One, Nintendo Switch e PlayStation 4.

 

N.R.: A análise a Degrees of separation foi realizada numa PlayStation 4 com uma chave para a versão final do jogo, gentilmente cedida pela Dead Good Media.

 

Degrees of Separation
Reader Rating0 Votes
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Aspeto visual e banda sonora do jogo
Narrativa muito bem conseguida
Mecânica de jogo
Por vezes torna-se complicado perceber para onde ir
Jogo poderia ser mais longo (5/6h são suficientes para terminar a história)
8
EM 10
André Oliveira Santos: Licenciado em comunicação, a trabalhar em fotografia. Sempre tive um gosto especial e uma grande paixão por gadgets, videojogos e novas tecnologias no geral.
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