Análise Super Mario 3D All-Stars

Este ano celebra-se os 35 anos de existência da série Super Mario. A icônica mascote da Nintendo estreou-se em 1987 em Super Mario Bros. para a Nintendo Entertainment System – a primeira consola da Nintendo. Desde então Mario atravessou géneros, estilos, modelos, costumes e principalmente, superou às mudanças dos tempos, modernizando-se e divertindo gerações sem perder folego.

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Depois dos enormes sucessos de Super Mario em duas dimensões, a saga tomou um novo rumo na geração 64 Bits, em 1996 com o lançamento de Super Mario 64, onde o canalizador deu o salto para os jogos de plataformas em três dimensões, revolucionando por mais uma vez um género, marcando as notas da critica especializada da altura, com a particularidade de para muitos meios especializados ser a primeira nota máxima a um título.

Tal como ocorreu em 1993 com o lançamento de Super Mario All-Stars e em 2010 com a coleção de Super Mario All-Stars – 25th Anniversary Edition para a Nintendo Wii, a Nintendo, em modo de celebração, inaugurou as comemorações dos 35 anos de existência de Super Mario com o lançamento de Super Mario 3D All-Stars, onde se propõe a oferecer três das maiores aventuras 3D de Mario num só título para a Nintendo Switch, com gráficos modernizados em alta definição, controlos adaptados aos comandos Joy-Con e Pro Controller. Oferecendo ainda a possibilidade de reproduzir dentro do próprio jogo as bandas sonoras dos três títulos incluídos na coleção.

Poderia ser uma seleção perfeita

Dentro deste lote encontram-se, portanto, três dos grandes pesos pesados da Nintendo: Super Mario 64, Super Mario Sunshine e Super Mario Galaxy, notando-se desde logo de forma inexplicável a ausência de Super Mario Galaxy 2, a sequela das sequelas, adorado por todos que tiveram um primeiro embate com a primeira aventura. Não só porque iria acrescentar ainda mais valor a esta coleção, como também encerraria um ciclo de títulos em 3D, de três gerações distintas e com tanto em comum.

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Super Mario 64

Recuando um pouco no tempo, nomeadamente até 1997 na Europa, Super Mario 64 continua a ser um jogo que vai passando no teste do tempo, com uma jogabilidade muito boa, fluindo bastante bem e com visuais próprios que denunciam o melhor que foi feito naquela época, contudo é possível constatar algumas fragilidades na forma como a câmara se move e nos vários ângulos de visão que por vezes são exibidos, mas a verdade é que continua a ser um jogo divertidíssimo de ser jogado e bastante desafiador.

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Nesta versão especifica de 3D All-Stars, o trabalho feito pela Nintendo poderia ser muito melhor, apesar da ligeira subida de resolução para 720p, mas sem anti-aliasing e preso a 30 frames por segundo, o que para uma coleção comemorativa de um dos jogos mais marcantes da série, pedir-se-ia uma insistência maior, um pouco mais de estímulo de uma das obras mais sublimes não só da Nintendo, mas da história da indústria. Apesar da critica de que poderia ter saído um trabalho muito melhor, esta versão supera em tudo o port existente na consola virtual da Wii U.

Super Mario Sunshine

Super Mario Sunshine faz-nos recuar à injustiçada Nintendo Game Cube – a última consola onde a Nintendo apostou as fichas todas em poder bruto perante as restantes consolas do mercado. Para muitos jogadores, a par de The Legend of Zelda: The Wind Waker, Super Mario Sunshine é também um dos patinhos feios do catálogo da consola, e da própria série Super Mario. Talvez por causa da escolha da fórmula como a aventura decorre e das mecânicas oferecidas pela F.L.U.D.D., um dispensador de água que possui utilidades singulares, mas altamente refrescante e diferente de tudo, mas que infelizmente, nunca mais foi presenciado desde então.

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Mecanicamente Sunshine foi bastante ambicioso, e hoje em dia ainda é um jogo bastante simpático de ser jogado. Nota-se, contudo, alguma falta de encanto dentro da ilha Delfino e principalmente a forma como alguns Shines foram distribuídos. Apesar disso, para quem nunca jogou Super Mario Sunshine, esta versão incluída em 3D All-Stars é neste momento a melhor forma para o jogar, pois, desde o seu lançamento original na Nintendo Game Cube em 2002, nunca teve direito a uma nova versão. Apesar disso, tal como acontece em Super Mario 64, Super Mario Sunshine também se encontra preso aos 30 fotogramas por segundo, porém a resolução ascende até aos 1080p e com melhorias visuais e também com várias texturas revistas.

Super Mario Galaxy

Para terminar, Super Mario Galaxy – o suprassumo da Wii. Este é daqueles jogos que ainda hoje faz inveja a muitos títulos que vão saindo para o mercado. Galaxy é um exemplo perfeito do que é a noção de criatividade no expoente máximo. Galaxy fez questão de reunir os todos os astros numa só direção artística e tornar-se numa das mais enriquecedoras experiências de Super Mario. Super Mario Galaxy não dá sinais de envelhecimento, mesmo sendo um jogo lançado em 2007, o que demonstra bem a obra-prima que se trata. Nesta versão embutida em 3D All-Stars, conta com 1080p de resolução, 60 frames por segundo, várias revisões de cores, texturas e efeitos de alta definição perfeitamente visíveis em cenas de vídeo, sendo esta, até ao momento, a melhor versão de Super Mario Galaxy no mercado.

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Todos os controlos foram revistos em Super Mario 3D All-Stars com mecânicas de comandos por movimentos perfeitamente adaptados ao ecrã da Switch e aos Joy-Con. Ter acesso às bandas sonoras dos três títulos é também uma adição incrível que remete uma autêntica lufada de nostalgia, onde as melodias de Koji Kondo fazem qualquer jogador recuar até aqueles anos, revivendo enquanto as faixas são reproduzidas aos incríveis momentos criados por cada um dos três jogos.

Considerações Finais

Super Mario 3D All-Stars é um produto perfeito para quem procurou durante este tempo todo uma bela oportunidade para ter um encontro especial com qualquer um destes títulos, mas para quem já possui estes jogos, sobretudo para os fãs da Nintendo, que acompanham desde o início da série Super Mario, que é essencialmente para quem este produto se destina, poderá não ser de todo uma oferta altamente tentadora, pois a carência de grandes novidades ou de melhoramentos verdadeiramente significativos faz-se notar.

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A qualidade dos três títulos originais jamais poderá ser posta em causa pelo trabalho preguiçoso da Nintendo da edição comemorativa dos 35 anos da série Super Mario. O que está em causa é, fundamentalmente, a falta de argumentos fortes para quem já tem estes jogos, e o que poderia fazê-los comprar novamente. Assim, apesar de ser um conjunto bom, sente-se, em grande parte, um sentimento de imperfeição.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ A experiência original dos três títulos consegue ser replicada

+ Três jogos de qualidade mais do que comprovada numa só compilação

+ As melhores versões dos três jogos

– Preço de lançamento

– As melhorias poderiam ter sido mais ousadas

– Poderia incluir conteúdo extra (ilustrações, entrevistas, outras curiosidades)

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N.R.: A análise a Super Mario 3D All-Stars foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Nintendo Portugal

Tiago Marafona: Um autêntico fã de RPGs japoneses e um belo apreciador de jogos de plataformas. Nunca diz não aos clássicos Super Mario, The Legend of Zelda e Final Fantasy. É também um acérrimo admirador do trabalho do Ryu Ga Gotoku e da Monolith Soft.
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