A HP está diferente. Já aqui falámos sobre as alterações que a tecnológica tem imprimido aos seus computadores, sobretudo no segmento portátil. Cada vez mais a marca norte-americana vai caminhando no sentido dos computadores premium sem que isso comprometa de forma significativa o campo de desempenho.
Esta nova filosofia da empresa também está concretizada no HP Elitebook Folio G1. É preciso deixar claro que este é um portátil diferente, está direcionado para o segmento profissional executivo e por isso os níveis de exigência em termos de desempenho são também eles diferentes.
Ainda assim o Folio G1 é um portátil muito competente e dá cartas nos elementos que mais importam para o público para o qual está direcionado: executivos que precisam de um equipamento de grande mobilidade para o quotidiano.
O primeiro factor em claro destaque é o aspeto do equipamento. Portátil bastante fino, apenas com 1,1 centímetros de espessura e de estilo bastante simplista. Apesar da escolha mais minimalista da HP, é quando tocamos no computador que percebemos a ‘fibra’ do qual é feito.
Todo o equipamento é construído em alumínio, mas nem por isso torna a máquina pesada: o peso total é inferior a um quilograma. O EliteBook Folio G1 consegue passar uma imagem sólida e também bastante moderna.
Para isto contribuem pequenos detalhes ‘luxuosos’ no equipamento. O primeiro é um recorte no alumínio em todo o aro do equipamento que lhe confere linhas mais vincadas e mais brilhantes. Depois a dobradiça metálica bastante polida que percorre quase toda a base do equipamento. E por fim o trackpad construído em vidro.
Ao usarmos o EliteBook Folio G1 não conseguimos deixar de pensar no Macbook da Apple. Ainda que sejam portáteis com públicos distintos, partilham muito do mesmo apelo visual – e também as características técnicas.
Por exemplo, a unidade por nós testada vinha equipada com um processador Intel Core M5 da geração ‘Skylake’. Esta está longe de ser a linha de chips mais potentes da Intel, mas são módulos construídos para garantir um desempenho generoso, ao mesmo tempo que garantem uma autonomia de quase dez horas – algo que teoricamente é difícil de concretizar em máquinas tão finas.
O Folio G1 tem um bom centro de equilíbrio e é possível levantar a tampa quase sem esforço
Primeiro a área do desempenho. É um computador que para as ditas tarefas básicas de um computador – navegar na internet, executar aplicações da loja do Windows, fazer streaming de vídeo, executar uma suite de produtividade como o Office – tem poder mais do que suficiente. O chip tem dois núcleos, com uma velocidade de relógio base de 1,1 Ghz e pode chegar até aos 2,4 Ghz com o sistema turbo da Intel.
Executa as tarefas de forma fluída e sempre rápida. Com o EliteBook Folio G1 não tivemos aqueles momentos de tensão em que há um programa com maior dificuldade em abrir ou um engasgo do sistema operativo – isso deve-se muito ao disco SSD de 256GB e aos 8GB de memória RAM, ambas características que nos parecem suficientes para o quotidiano de um ‘homem de negócios’.
Mas para perceber um pouco até onde vai o desempenho deste computador, podemos dizer que o processador M5 sente dificuldades na transmissão de conteúdos em Ultra HD – algo que já uma maior capacidade de resposta.
Este é apenas um indicador, pois na realidade não faz grande diferença: o Folio G1 testado pelo FUTURE BEHIND vinha equipado com ecrã Full HD. Existem modelos do portátil cuja resolução do ecrã vai até ao Ultra HD, mas nesse caso o processador já é um Intel M7 e já tem mais ‘poder de fogo’.
Do lado da placa gráfica estamos limitados a uma Intel Graphics 515, bastante modesta, mas olhando para o restante perfil do computador não seria de esperar algo muito diferente.
Aproveitando que referimos o ecrã, podemos atestar que o do Elitebook Folio G1 é de qualidade. Apresenta os conteúdos muito bem recortados, com linhas bastante definidas. Já no campo das cores temos algumas reservas. O facto de o ecrã ter uma proteção antirreflexo faz com que alguns tons fiquem mais esbatidos, sobretudo os claros.
O teclado é um dos pontos fortes deste computador. Espaço, responsivo e rápido na resposta tátil
Os ângulos de visualização são muito bons e o brilho, mesmo não sendo muito intenso, é mais do que suficiente para ter uma experiência de utilização agradável em diferentes cenários. Gostamos ainda do facto de ter 12,5 polegadas, mas ajudar a fazer com que o computador pareça na realidade muito mais pequeno, a rondar as 11 polegadas.
Se até aqui parece que tudo o que tem sido dito do portátil torná-lo-ia também num bom candidato para os consumidores fora do segmento profissional, isso é porque acaba por ser verdade. Tem apelo e condições técnicas mais do que suficientes para ser uma boa resposta à maior parte das utilizações dos consumidores.
Mas existem elementos que colocam este EliteBook Folio G1 na rota dos profissionais. Em primeiro lugar vem equipado com o Windows 10 Profissional, o que à partida garante um conjunto de funcionalidades adicionais na área da segurança e da produtividade que serão melhor aproveitadas por quem tiver estas necessidades especificas. A HP também inclui um sistema proprietário que reforça a segurança da BIOS, sendo este um elemento que pode de facto interessar a quem precisa de ter os dados o mais seguros possível.
A seguir a HP fez com que o EliteBook Folio G1 tivesse uma boa dualidade câmara-som. O objetivo é claro: garantir uma máquina de qualidade para a realização de videoconferências. A câmara é de qualidade HD, mas produz imagens muito nítidas e com um bom nível de luminosidade.
Já a parte sonora fica a cargo da Bang & Olufsen: nos nossos testes conseguimos sempre som bastante claro, com bom definição e bastante alto, ainda que se sinta falta de maior presença nos graves. No entanto não vemos este como um problema – a questão dos graves seria mais ‘faltosa’ se o Folio G1 tivesse sido projetado como um equipamento de reprodução multimédia por excelência. Mas fica o devido reparo.
O aspeto onde talvez o portátil não cumpriu de acordo com as expectativas é no campo da autonomia. Seria de esperar uma autonomia a rondar as nove, dez horas de utilização, mas a verdade é que numa utilização normal só deverá conseguir entre cinco a seis horas de uso. Já é uma autonomia generosa e que quase dá para todo um dia de trabalho, mas lá está, sendo destinado ao segmento empresarial esta era uma promessa que devia ser melhor cumprida.
Há um elemento que ajuda a contra balancear este aspeto que é o carregamento rápido do computador. Em apenas uma hora ligado à corrente elétrica o portátil consegue recuperar energia suficiente para mais duas ou três horas de utilização.
Outro aspeto que fica do lado negativo é a falta de portas multimédia. Existem duas USB-C com suporte para a norma Lightning, mas alguém do segmento empresarial precisa facilmente de introduzir uma pen USB nos formatos mais tradicionais, precisa de introduzir um cartão de memória ou ligar o computador a um monitor externo. De forma nativa não pode fazer, sendo sempre necessário recorrer a acessórios extra.
O simples ato de ligar um rato ao computador vai obrigar ao investimento num acessório de compatibilidade ou num periférico novo. Nesta vertente não ficamos satisfeitos. Percebemos que o objetivo seja garantir o computador mais fino, ainda assim existem aspetos que devem ser preservados ao máximo. A própria HP podia incluir de origem um adaptador, mas não o faz.
No geral o HP EliteBook Folio G1 é um portátil de grande qualidade. No design e na construção há pouco a apontar, o teclado é bastante responsivo e o computador destaca-se também pela sua rapidez na resolução de tarefas.
O elemento que depois pode fazer pender a balança para o lado do ‘não investimento’ é o preço de 1.500 euros. Por este valor está a pagar mais a qualidade de construção do equipamento e todo o seu ‘charme’, assim como os elementos extra de segurança e não estará tanto a justificar de facto o valor ‘por especificação’. Por este valor já se pediam configurações base mais elevadas, pelo menos na resolução do ecrã.
O Folio G1 deve ser uma escolha a considerar para todos os executivos que precisam de uma máquina capaz, fiável, duradoura e que transmita de facto um nível de requinte superior. Diríamos que é um computador específico para utilizadores específicos – ou não fizesse parte da família premium da HP. Seguro é que quem o comprar sairá certamente satisfeito, ainda que o valor pedido dificilmente seja justificado apenas pelas capacidades técnicas do equipamento.