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Análise Dragon Quest Builders 2

Colocando o primeiro bloco

Dragon Quest, desde o seu início em 1986, é uma das sagas mais populares no Japão tendo um sucesso um pouco mais modesto no resto do mundo. Mesmo assim, esta saga conta com onze jogos principais e um número quase incontável de spinoffs, entre os quais a série Builders desenvolvida pela Square Enix.

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A 28 de janeiro de 2016 foi lançado no Japão o primeiro jogo desta série, Dragon Quest Builders, tendo o resto do mundo recebido o jogo no final desse mesmo ano. A recepção ao jogo foi bastante positiva e o mesmo foi louvado por várias fontes por ter juntado elementos de uma franquia com mais de 30 anos com elementos criativos semelhantes ao popular jogo da época, Minecraft.

https://www.youtube.com/watch?v=8OcDLhQmkOA

Dragon Quest Builders 2 é a sequela de Dragon Quest Builders, lançada em dezembro de 2018 no japão e agora, a 12 de julho de 2019, no resto do mundo. A história, independente do primeiro jogo, baseia-se nos acontecimentos após o final de Dragon Quest 2 onde as forças do mal, após a sua derrota, estão ainda a recuperar e a prometer vingança pela humilhação que sofreram. O jogador começa a sua aventura num barco dessas mesmas forças, onde controla um Construtor capturado, um personagem que tem a capacidade de construir e inventar de tudo um pouco, capacidade essa que é mal vista por outros personagens deste mundo.

No entanto, durante a viagem, o barco atinge algumas rochas que o fazem naufragar juntamente com toda a tripulação. Contudo, graças às forças do destino o jogador salva-se e acorda numa ilha, aparentemente deserta, onde conhece o misterioso Malroth que, a fim de dar algum mistério à história, não tem qualquer memória sobre o seu passado nem como foi ali parar mas que, mesmo assim, decide acompanhar o Construtor em toda a sua aventura.

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Esta primeira ilha funciona como um ponto central do jogo onde o jogador poderá construir tudo aquilo que a sua imaginação lhe permita. No entanto, a ilha não tem todos os materiais disponíveis para se começar a construir. Então os personagens decidem visitar outras ilhas a fim de recolher diferentes materiais e ferramentas para construir a ilha perfeita.

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Cada uma destas ilhas visitadas funcionam como capítulos, tendo cada uma delas um tema, materiais e habitantes com os seus problemas. Por exemplo, a primeira ilha que os personagens decidem visitar é conhecida por ser um dos locais mais verdes e ideais para cultivar. Contudo, ao chegarem lá deparam-se com um local de terra infértil, cheia de monstros e habitantes desmotivados e sem vontade de voltar a cultivar. Então, o jogador irá ajudar os habitantes com as suas tarefas, recuperando a terra e resolvendo o motivo da contaminação da terra.

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Estas ilhas e aventuras funcionam também como tutoriais gigantes que preparam o jogador para o momento em, após ter desbloqueado tudo o que necessita, começar a construir a sua ilha de sonho.

Graficamente este jogo é totalmente adorável. Os personagens são todos representados como pequenas miniaturas bastante expressivas como desenhos animados que, dado terem a mão de Akira Toriyama, por várias vezes me fizeram lembrar de personagens de Dragon Ball.

É tudo com cubos!

É quase inevitável a comparação deste jogo com o popular Minecraft. Ambos os jogos baseiam-se em construir com base em cubos de diferentes materiais. Contudo, enquanto que Minecraft é um jogo puramente criativo com praticamente nenhuma componente de história, Dragon Quest Builders 2, por sua vez, centra-se na história, usando-a como forma de ensinar ao jogador todas as mecânicas que existem no jogo e só depois é que desbloqueia o modo totalmente criativo. Esta característica funciona como vantagem e desvantagem pois, sendo necessário passar a história para se ter acesso total ao modo criativo, aqueles que queiram, rapidamente, começar a construir sem limitações, terão de percorrer primeiro uma longa história o que poderá tornar-se num processo tedioso e tirar todo o apelo do jogo. No entanto, aqueles que gostem de ter um motivo mais concreto para fazer as suas construções, esta componente é uma adição muito bem vinda.

Adicionalmente, o jogo permite que a história seja saboreada ao ritmo que seja mais agradável ao jogador. Quem quiser fazer as tarefas de forma simples e rápida, construindo simplesmente uma casa com quatro paredes e uma porta, poderá fazê-lo. Se, por outro lado, o jogador preferir fazer uma tarefa um pouco aprimorada, garantindo um telhado para a construção, um material próprio e várias divisões, também o poderá fazer. Este facto torna o jogo tão longo ou tão curto quanto o jogador pretenda, sendo possível gastar mais de 20 horas na primeira ilha.

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Em comparação ao jogo anterior, Builders 2 é muito menos restritivo, tendo sido feitas várias melhorias que incentivam o processo criativo. As armas e ferramentas não tem um limite de utilização, não sendo necessário criar várias ferramentas ou armas para a eventualidade de alguma se partir durante a aventura. A quantidade de itens que se pode ser guardado em cada slot foi aumentado de 99 para 999 e o jogador tem ainda acesso a um saco onde poderá guardar um número praticamente ilimitado de itens para além dos que tem na barra de acesso rápido, não havendo a necessidade de se fazer uma gestão de inventário. Existe ainda a possibilidade de fazer fast travel para diversos pontos das ilhas que, caso não fosse possível, tornaria a exploração das ilhas uma tarefa bastante demorada.

O combate conta com um sistema bastante simples, existindo um único botão dedicado ao mesmo, bastando que o jogador perceba o padrão de ataque do monstro para se conseguir desviar dos ataques e poder efectuar os contra-ataque. Devido a essa simplicidade, o combate poderá ser considerado o ponto mais fraco do jogo inteiro. No entanto, dado que o ponto principal do jogo é a criatividade e construção, este sistema torna-se bastante adequado, nunca tendo sentido a necessidade de algo mais complexo.

A escolha da plataforma – Nintendo Switch vs PlayStation 4

Dragon Quest Builders 2 foi lançado para duas plataformas, Playstation 4 e Nintendo Switch, levantando as questões “Qual a melhor versão?” ou “Que versão devo comprar?”. Após de ter mais de 10 horas em cada uma das versões, posso afirmar que a resposta não é tão simples e dependerá muito das necessidades ou gostos de cada jogador.

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Ambas as versões são idênticas em termos de jogabilidade e bastante próximas graficamente, não havendo diferença relevante o suficiente que justifique uma versão sobre a outra. A nível gráfico, devido à sua potência nativa, a Playstation 4 tem claramente a vantagem, tendo melhores sombras e reflexos e garantindo uma fluida imagem com 60 FPS sólidos. A Nintendo Switch, por sua vez, tem ligeiramente menos resolução, sombras e reflexos são praticamente inexistentes e, ao contrário do que costuma acontecer com jogos Nintendo, o jogo roda a 30 FPS podendo baixar em alturas que o jogo esteja mais sobrecarregado com animações. Com esta informação, parece fácil de determinar qual seria a derradeira versão do jogo mas há outros fatores a ter em conta.

Mesmo que “em papel” estas limitações pareçam demasiado limitativas para a versão da Switch, a verdade é que a diferença só se nota efectivamente quando se está ativamente a comparar. Os gráficos são fantásticos em qualquer uma das plataformas e, apesar de ser mais agradável ter a fluidez dos 60 FPS, a falta desses só é mesmo notório quando se joga em modo TV, sendo mais difícil de notar em modo portátil. Adicionalmente, a possibilidade de se jogar em qualquer lado com a portabilidade da Switch é um ponto demasiado positivo para ser ignorado. O facto de se poder estar a fazer uma construção em casa e poder continuar a mesma durante viagens de comboio é algo bastante cativamente e apropriado para este tipo de jogos.

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Para quem só tem uma das plataformas não há grande dificuldade na escolha. Nenhuma das versões pode ser considerada “inferior”. Para os afortunados que tenham ambas terão de escolher entre ter uma maior fluidez de imagem ou ter a portabilidade. Para mim, que passo bastante tempo fora de casa, a portabilidade da Nintendo Switch torna esta versão a ideal mas, no caso do leitor, poderá ser o oposto.

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E como último bloco!

Existe algo na mente humana que cativa muitos de nós a colecionar e construir e Dragon Quest Builders 2 é um dos jogos que melhor sabe explorar isso. Há mais de um ano que não tinha o prazer de encontrar um jogo que, autenticamente, me “agarrasse” e me fizesse querer voltar a ele a todo o momento.
A história, mesmo não sendo revolucionária, é divertida, com boa profundidade e com momentos bastante caricatos aliados aos gráficos simples, coloridos e agradáveis.

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A longa história, necessidade de desbloquear tudo e o combate simples são os pontos do jogo que não irão agradar a todos os jogadores. Mas para aqueles que não se importem com isso terão um jogo bem próximo da perfeição e que lhe dará, certamente, horas e horas de história e criatividade sem limites.

 

N.R.: Os elementos relativos a PlayStation 4 foram analisados com uma cópia digital do jogo gentilmente cedida pela Ecoplay.

N.R.: Os elementos relativos a Nintendo Switch foram analisados com uma cópia digital do jogo gentilmente cedida pela Nintendo Portugal

Dragon Quest Builders 2 - Uma agradável surpresa ao cubo
Reader Rating4 Votes
Construções limitadas pela imaginação
Gráficos coloridos
História bastante longa
Impossibilidade de começar a construir com liberdade total
Combate simples
História bastante longa
4.5