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Análise Hitman 2: O assassino está de volta

Hitman 2, sequela do jogo Hitman lançado em 2016, vê o Agente 47 querer demonstrar que é mais do que um número, e sim um nome. É esta a promessa feita no início do jogo e que a nossa personagem tenciona cumprir.

Apesar de não seguir a estrutura por episódios do seu predecessor, e que muitos concordam que falhou e custou à IO Interactive a mudança de publisher da Square Enix para a Warner Bros, a nova estrutura de Hitman 2 apresenta um jogo completo e que funciona bem.

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Durante as seis missões principais no modo campanha vamos poder viajar pelo mundo inteiro, desde a Nova Zelândia até Bombaim, na Índia, à procura de pistas que nos levem ao nosso “Cliente Mistério”.

Missões curtas mas re-jogáveis

No início do jogo, podemos optar por fazer o tutorial o que, sendo bastante completo, revelou-se útil quer para novatos como jogadores já experientes. Neste treino, recebemos o nosso primeiro briefing por parte da International Contract Agency (ICA) para o que é esperado de nós enquanto assassino. Durante o tutorial, além de uma missão de treino avançado, temos uma série de desafios que podemos completar e onde treinamos as diversas abordagens possíveis para eliminarmos os nossos alvos. Esta mecânica repete-se também no final de cada missão e não só no tutorial, onde nos é apresentada a lista de opções possíveis para matar o alvo e podermos explorar novamente o cenário e refazer a nossa estratégia de assassinato. Aqui vale tudo, desde afogar o nosso alvo numa sanita até envenenar o seu copo de vinho tinto, desde que seja feito silenciosamente e, claro, com classe.

Cada missão de campanha tem uma duração entre 30 minutos e duas horas, dependendo do quão minuciosos serão para terminarem o trabalho proposto, e poderão refazê-las para descobrirem novos caminhos e diferentes secções até conseguirem o alcançar o assassínio perfeito. Deste modo, Hitman 2 é um jogo que pode ser relativamente curto (entre 7-10 horas de jogo) para os jogadores mais apressados, mas se aprofundarmos bem todas as possibilidades das missões e nos focarmos em táticas novas, facilmente teremos o dobro de horas de jogo.

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Mestre do stealth

O gameplay de Hitman 2, à semelhança dos restantes jogos da franquia, continua a ser focado em técnicas de stealth, ou não fôssemos um assassino profissional. Por isso, encontrar o melhor disfarce ou armas e perceber no ambiente o que pode ser utilizado para nos ajudar a cumprir o objetivo é mesmo o ideal, ainda que para isso tenhamos que investigar os cenários exaustivamente, aguardar para decifrar comportamentos-padrão das personagens ou ouvir discretamente conversas alheias, para depois, então, agirmos.

Apesar de o objetivo ser concluir as missões em modo stealth, em Hitman 2 é agora mais fácil confrontar diretamente os adversários. Se no jogo anterior facilmente a nossa personagem era atingida e acabava por morrer num frente a frente, esta questão foi melhorada neste jogo e aguentamos a pressão durante mais tempo.

Mas atenção, stealth ou não, basta um passo em falso e toda a missão é comprometida e teremos que a reiniciar. Quanto menos atenção chamarmos para nós próprios, melhor. A ideia por trás destes jogos é sermos assassinos silenciosos, que se dedicam a atingir o alvo, sem ou com o mínimo de danos colaterais.

Por cada missão completa ganhamos XP de acordo com as categorias “Infiltração”, “Eliminação”, “Missão” e “Desafios”. Os XP ganhos contribuem para aumentar o nosso ranking e aqui tudo conta: desde áreas descobertas e corpos escondidos a disfarces utilizados. Quanto maior o planeamento do assassinato maior será o número de XP recebido no final. Daí que a possibilidade de refazer a missão seja bastante interessante, pois deste modo conseguimos aperfeiçoar as nossas técnicas a fim de alcançarmos um maior número de XP.

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Novos modos multiplayer

Em Hitman 2 temos dois novos modos multiplayer, ambos ainda em beta: Ghost Mode e Sniper Assassin.

No Ghost Mode, o modo competitivo online, o jogador enfrenta um oponente com o objetivo de eliminar cinco alvos o mais rapidamente possível. Na minha experiência, encontrar um oponente foi bastante rápido e, em menos de um minuto, já ambos tínhamos entrado no jogo. Os alvos são selecionados aleatoriamente, pelo que não há a hipótese de repetir o mesmo jogo. Também tudo o que fizermos no cenário, bom ou mau, como por exemplo explodir uma carrinha, não afetará o jogo do nosso adversário pois ambos os jogadores co-existem em universos paralelos. Uma vez que começamos sem equipamento, procurar as caixas-fantasma que nos dão mais trajes e outros objetos torna-se bastante útil.

No modo Sniper Assassin, onde é possível jogar em co-op ou sozinho, o jogador tem acesso a uma rifle e a sua missão é eliminar três alvos e todos os seus guarda-costas em apenas 15 minutos e sem sair do mesmo sítio. Aqui também podemos cumprir desafios para aumentar o ranking e ter acesso a mais armas e outras ferramentas. Infelizmente, à data desta análise, apenas existia um único cenário disponível mas a IO já anunciou que, em breve, haverá mais mapas para este modo.

Quem adquiriu o pack Legacy ou tenha comprado o primeiro jogo terá acesso às áreas do Hitman Season One. Todas as seis áreas – Paris, Sapienza, Marrakesh, Bangkok, Colorado e Hokkaido – estarão disponíveis como DLC e remasterizadas neste jogo.

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Multidões de NPCs

Os cenários estão bastante bem construídos, recheados de NPCs que ora servem para nos misturarmos na multidão e escaparmos a olhares furtivos, ora desmascaram o nosso disfarce. Contudo, a IA e os movimentos dos próprios NPCs são bastante limitados e, por vezes, dá a sensação de estarmos a jogar um título com 5 anos. A mobilidade do Agente 47 é, igualmente, limitada.

Os mapas são bastante complexos o que torna, por vezes, complicado perceber quando e com que disfarce podemos garantir que entramos em determinado sítio ou passamos despercebidos. No entanto, isto faz parte da estratégia de investigação que é requerida neste tipo de jogos.

O HUD manteve-se idêntico ao do jogo anterior, com alertas, mini-mapa e os objetivos da missão mostrados no lado esquerdo do ecrã.

Visualmente Hitman 2 é um jogo bom. Não o podemos comparar a um Spider-Man ou a um God of War, mas a verdade é que o que retiramos deste jogo é muito mais do que o seu aspeto visual – é a satisfação da sua jogabilidade e do elevado grau de imersão. Temos uma ou outra cena graficamente mais bonita, mas nada que nos faça cair o queixo. As cutscenes, contudo, são um retrocesso em relação ao título anterior e, francamente, uma desilusão. Os estúdios têm vindo a habituar-nos a cutscenes ricas tanto a nível visual como de diálogos, mas a IO trouxe para Hitman 2 apenas uma série de imagens estáticas com legendas, fazendo, mais uma vez, lembrar um jogo antigo.

 

Considerações Finais

Além de uma ou outra novidade, a verdade é que Hitman 2 poderia bem ser uma expansão do primeiro jogo. A inclusão de novos modos, ambos bastante divertidos quer em modo versus quer em modo co-op, trouxe uma lufada de ar fresco à franquia, mas ao nível do modo de campanha as novidades são praticamente inexistentes.

Assim, Hitman 2 não é um jogo para todos os jogadores. Quem gosta de entrar “a matar” no jogo e sofre de impaciência não vai disfrutar deste título. Mas se apreciam jogos mais estratégicos, que exigem planeamento antes da execução ou se já conhecem a fórmula e gostaram, então este Hitman refinado vai fazer as vossas delícias.

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Hitman 2 está disponível desde dia 13 de novembro para a PlayStation 4, Xbox One e PC.

 

N.R.: A análise de Hitman 2 foi realizada numa Playstation 4 Pro, com acesso a uma cópia do jogo disponibilizada pela Upload Distribution.

Hitman 2
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Várias formas de planear os assassinatos
Cenários bem construídos
Possibilidade de repetir as missões
História curta
Movimentos das personagens bastante rígidos
Muito semelhante ao primeiro título
7.5
EM 10