Análise Kholat

Análise por: Gui Galão

Já tendo saído para outras plataformas, chegou a vez da Nintendo Switch receber Kholat, 5 anos depois do seu lançamento original. Um jogo indie de sobrevivência e terror, muito focado na exploração, que deixa algo a desejar numa história com imenso potencial.

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Baseado numa história verídica

Baseado no incidente do Passo Dyatlov, onde 9 esquiadores morreram misteriosamente em fevereiro de 1959, Kholat leva o protagonista a seguir os passos das vítimas. Narrado pela voz familiar de Sean Bean (conhecido pelos seus papeis de Ned Stark e Boromir), Kholat começa numa nota alta, a contar o sucedido na montanha dos mortos com ilustrações. O interesse pelo que aconteceu desperta.

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O comando é nos entregue numa aldeia remota sem nos dar quaisquer indicações. Apenas sozinhos com o vento, a neve, e uma soundtrack ótima que nos faz sentir a solidão, aumentando a curiosidade pelo jogo. Somos então obrigados a explorar sem saber realmente o que procurar. Após alguns minutos acontecimentos sobrenaturais começam a surgir que fazem arrancar o jogo e nos levam para um mapa mais aberto no meio de montanhas onde teremos que seguir os passos dos esquiadores que lá morreram, por vezes fugir de uma criatura humanoide aparentemente feita de fogo e encontrar notas deixadas por quem já passou nas montanhas. É aqui que as coisas ficam frustrantes.

A tua esquerda ou a minha…?

Apesar de termos um mapa, uma bússola, e uma lanterna, não é o típico videojogo que mostra onde estamos e para onde temos que ir. Temos 7 coordenadas no canto do mapa, e só ao encontrarmos pontos de interesse e notas pelo mundo, é que conseguimos descobrir mais ou menos onde estamos. Com um cursor podemos navegar o mapa e ver as coordenadas para onde estamos a apontar, mas no início é quase impossível perceber a direção certa. Não ajuda também a bússola não estar direita e o mapa não estar feito com o norte a apontar para cima. É um mundo difícil de navegar. Confiem em nós quando dizemos que este é um mapa que vos vai dar uma enorme dor de cabeça… Para além de termos que perceber que caminho levar existe uma ameaça eminente que por vezes nos desorienta ao termos que fugir no meio de uma tempestade de neve onde há dezenas de árvores iguais ao nosso redor.

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Mas, se há algo de bom no meio desta frustração toda, é o quão realista é. Pois, na vida real seria exatamente assim. Não existem pausas para ver um mapa, nem um ícone a dizer onde estamos. Talvez fosse o objetivo de os criadores de Kholat fazerem-nos sentir desorientados como os esquiadores que morreram na montanha provavelmente sentiram.

Depois de 1 hora de frustração finalmente percebemos o mapa e conseguimos apreciar melhor o jogo pelo que é. Ao encontrar mais notas, muitas delas narradas também, o interesse voltou. Há algo por detrás destes acontecimentos bizarros da montanha, digno de uma série sci-fi, que explicam o porquê de certas coisas deslumbrantes, que vemos ao jogar, acontecerem. O que era antes um jogo insatisfatório, de repente tornou-se numa experiência única, também graças ao lado visual das próximas zonas que fomos descobrindo.

Unreal Engine 4 na Switch

Visualmente, é um port razoável de um jogo feito no Unreal Engine 4 há 5 anos. Tem 30 fps estáveis apesar de às vezes encravar, mas normalmente apenas quando há autosaves (que não são muitos). A resolução parece ser dinâmica, fazendo com que os gráficos sejam um pouco desfocados, mas não retirando nada da experiência que temos com Kholat. Existem partes da história que visualmente são muito interessantes e bizarras, fazendo-nos querer mais disso no jogo, incentivando a continuar.

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Onde Kholat realmente brilha, é no som. Com uma soundtrack forte que ajuda a criar um bom ambiente, juntamente com os barulhos da natureza como o vento, as tempestades fortes, lobos a uivar, o sino distante de uma igreja, e músicas feitas para arrepiar e criar tensão. Tudo isto suga-nos de tal maneira para dentro deste mundo que, por vezes, ficávamos com a sensação que os sons vindos do jogo eram reais. É aconselhado a ser jogado com headphones, até porque para quem tem um sistema de som surround, o jogo não usufrui dele, tendo apenas som estéreo.

Considerações Finais

Se estão à procura de algo fora do normal e até gostam de jogos de sobrevivência e terror, acreditamos que é definitivamente um bom jogo após nos habituarmos às escolhas de design dos criadores. A história deixa a desejar por mais… até porque acaba abruptamente. Isso não invalida a curiosidade e o interessa que vamos ganhando ao longo do jogo e, no final de contas, é baseado num acontecimento real do qual não houve nenhuma resolução concreta.

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Uma coisa é certa, se alguma vez fizerem outro jogo sobre Passo Dyatlov com gameplay mais acessível, com a história mais desenvolvida e com alguma liberdade criativa, vamos querer jogar.

 

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+ História cativante

+ Bom a criar atmosfera

+ Momentos visuais únicos

– Mapa difícil de ler

– Mortes baratas e repetitivas

– Poucos checkpoints

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