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Análise LEGO DC Super-Villains: Rookie, o novo vilão do universo DC

Não haverá por aí, com certeza, muitos gamers que nunca tenham jogado um videojogo LEGO. Desde 1995 e até à data são mais de 65 os videojogos que fazem uso da marca dinamarquesa.

Mas foi em 2001 que surgiu o primeiro jogo licenciado, LEGO Creator: Harry Potter, e desde então várias distribuidoras têm contribuído para alargar o cardápio, nomeadamente a LucasArts, com LEGO Indiana Jones, e a Disney Interactive Studios, com LEGO Pirates of the Caribbean. Em 2007, a TT Games foi adquirida pela Warner Bros. Interactive Entertainment, tornando-se esta última a principal distribuidora dos videojogos LEGO.

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Desde títulos como LEGO Marvel Avengers, LEGO Marvel Super Heroes, LEGO Batman 2: DC Super Heroes, são vários os jogos que nasceram dos universos mais conhecidos da banda desenhada mundial.

LEGO DC Super-Villains, desenvolvido pela TT, é o quarto jogo LEGO em parceria com a DC. Mas será que é apenas mais uma iteração da fórmula já conhecida ou a TT conseguiu inovar e trazer-nos o seu melhor jogo até à data?

História digna de um filme

Em LEGO DC Super-Villains, a Justice League desaparece misteriosamente e dá lugar a um grupo de heróis (ou não!), o Justice Syndicate, mais conhecido pelos fãs de BD por Crime Syndicate of America, vindos de uma dimensão paralela, a Earth-3.

O Justice Syndicate, formado por versões maquiavélicas de heróis como Batman, Flash ou Super-Homem, aparece para ajudar o malvado Darkseid nos seus planos para governar o mundo, e serão os nossos vilões DC os heróis desta história ao tentar impedir que estes planos se concretizem e a restaurar a ordem.

A história vai sendo contada por Lois Lane, a nossa jornalista favorita do Daily Planet, de forma bastante divertida e caricata, com cutscenes muito engraçadas entre ela e Jimmy Olsen, o seu fotógrafo, que nesta versão mais moderna da personagem é, na realidade, um cameraman.

Não querendo estragar-vos o jogo com demasiados detalhes, esta é, na nossa opinião e até ao momento, a melhor história trazida pela TT aos jogos LEGO, a qual não nos importaríamos que fosse convertida numa longa-metragem.

Customização total da personagem

O jogo tem início com a apresentação de um novo vilão, que será a nossa personagem, e a sua customização pelo jogador. Desde todos os aspetos da sua aparência física e habilidades básicas até às armas e super-poderes, tudo é possível personalizar neste novo modo de customização de personagem, a fim de construirmos aquele que será o novo vilão-herói da história. Podem contar com cerca de uma hora de personalização até conseguirem a personagem perfeita, mas caso não queiram perder tempo, poderão sempre optar pelas personagens já pré-construídas ou até mesmo selecionar uma aleatoriamente.

Há também um novo modo de dificuldade para iniciados em jogos LEGO e outro para os mais experientes. A diferença entre ambos é que no primeiro somos sucessivamente alertados por dicas do Johnny DC, que nos mostrará como utilizar determinados super-poderes, enquanto no segundo modo temos maior liberdade para descobrir por nós próprios como solucionar os quebra-cabeças.

A história tem início com a nossa personagem, o novo vilão do universo DC, a quem os seus colegas de profissão tão carinhosamente apelidaram de Rookie, a escapar da prisão juntamente com o ilustre Lex Luthor.

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Apesar de começarmos o jogo como Rookie, tal como em qualquer outro jogo LEGO podemos (e devemos) trocar de personagem, pois cada uma tem os seus super-poderes. Nos primeiros capítulos, Rookie é uma personagem muito discreta e com poderes limitados, mas a sua relevância na narrativa, assim como os poderes que vai adquirindo durante o jogo, vão crescendo à medida que a história vai evoluindo.

Em LEGO DC Super-Villains não só jogaremos com as personagens habituais da DC, como Joker, que conta uns ataques especiais muito engraçados, tais como dentaduras e tartes explosivas, mas também Batman e Harley Quinn, que se desloca de patins pelos cenários, ou até mesmo Nightwing, Batgirl e Beast Boy.

É seguro dizer que a TT nos trouxe todos os vilões do universo DC, como também muitas das localidades já conhecidas pelos fãs. No total são mais de 170 personagens que poderemos desbloquear neste jogo, 60 das quais jogáveis, e várias cidades do universo DC, nomeadamente Gotham City, Metropolis ou Gorilla City.

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LEGO® DC Super-Villains

A mesma fórmula de jogabilidade

No final de cada nível, como já é habitual nos jogos LEGO, além de adquirirmos as personagens com as quais jogámos, também temos acesso ao Free Play para esse mesmo nível, o que nos obriga a voltar com outras personagens para desbloquear alguns extras. Apesar de a fórmula ser a mesma, o Free Play introduz uma novidade interessante: a capacidade de filtrar as personagens por poder. Quando temos uma coleção com mais de 150 personagens, esta funcionalidade torna-se bastante útil.

Entre capítulos da história temos acesso ao modo mundo-aberto para cada um dos cenários. Neste modo, podemos explorar as várias cidades através de um radar que nos é apresentado no ecrã e no qual facilmente localizamos várias áreas de interesse e missões secundárias, como corridas de carros ou corridas onde planamos pelo céu de Metropolis, com personagens com essa habilidade. Podemos também selecionar um veículo dos disponíveis de uma vasta lista que, mais uma vez, serão desbloqueados com o avançar da história.

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O modo de combate foi melhorado e torna-se agora ligeiramente mais desafiante com os NPCs inimigos a utilizarem escudos para se protegerem dos nossos ataques ou habilidades ninja para nos atacar. Em algumas das várias lutas de boss, temos agora um modelo muito básico de QTEs, nada como em LEGO Star Wars: The Force Awakens, para fazermos dodge ou reagirmos ao ataque.

Os puzzles e quebra-cabeças são bastante simples, mas já seria de esperar para um jogo direcionado ao público mais jovem.

Contudo, a nível de longevidade, é provavelmente um dos jogos LEGO mais longos, à semelhança de LEGO City Undercover, com mais de 15 horas de gameplay para completar a história. Caso procurem o modo complecionista, contem em investir pelo menos o dobro do tempo, pois como já é habitual noutros jogos LEGO, LEGO DC Super-Villains tem uma lista considerável de itens colecionáveis, entre os quais 200 peças douradas.

Como já foi referido, o jogo apresenta-nos uma lista com cerca de 50 veículos, tais como a carrinha do Daily Planet News e o carro da GCPD mas, infelizmente, a condução dos veículos neste jogo continua rígida e pouco responsiva, algo que pensávamos já ter sido ultrapassado.

Para além do modo single player, temos a opção de jogar em modo cooperativo com dois jogadores, algo que também já vem de outros jogos LEGO, e o que torna a experiência bastante divertida.

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LEGO® DC Super-Villains

Caos desnecessário

LEGO DC Super-Villains é um jogo que tem tanto de divertido como de graficamente caótico. O caos é já uma caraterística dos jogos LEGO, com milhões de peças quebráveis e muitos estímulos visuais, mas se em jogos como Marvel Avengers é bem sucedido, em DC Super-Villains o caos está presente em demasia. Por vezes, torna-se complicado perceber quais são os objetos que podemos partir e que nos irão ajudar a resolver os quebra-cabeças.

De notar vários problemas de frame rate drops e, alguns problemas no controlo da câmara. Este último impede-nos de perceber onde se encontra a nossa personagem e até mesmo, em algumas lutas com bosses, nas quais precisamos construir objetos para os derrotar, é difícil apercebermo-nos onde se encontram as peças e até mesmo de lá chegar, pois a câmara dificulta bastante esta tarefa.

E é aqui que o facto de ser um jogo fácil, com vidas ilimitadas, até não é necessariamente mau. Caso contrário, tornar-se-ia bastante frustrante.

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Excelente voice-acting

Assim que o jogo começa, entra a música fantástica dos Wolfmother, “Joker and the Thief”. A banda sonora é, de longe, a melhor de qualquer jogo LEGO. De modo geral, os efeitos sonoros que envolvem o jogo enquadram-se bem no ambiente. Contudo, notamos algumas falhas de som durante o jogo como, por exemplo, situações em que o volume da música está estável durante alguns minutos e de repente baixa significativamente.

O voice-acting é fantástico! A TT fez um grande investimento a este nível e tal está bem patente durante o jogo, onde certamente reconheceremos vários famosos como Mark Hamill e Tara Strong na voz de Joker e Harley Quinn, respetivamente, ou Kevin Conroy como Batman e até Nolan North, o nosso Nathan Drake de Uncharted, se juntou ao elenco e dá voz a Ultraman.

Considerações finais

Apesar de uma ou outra novidade introduzida, este LEGO DC Super-Villains mantém a mesma fórmula dos restantes jogos da franquia. Os fãs não ficarão desiludidos, pois a história é digna de uma futura longa-metragem, mas, na nossa opinião, também não conseguirá converter novos fãs.

À data de lançamento, os vários glitches aos quais, infelizmente, já assistimos noutros jogos LEGO, acabam por vezes por corromper a jogabilidade e temos de reiniciar um nível quase no final, o que é bastante frustrante.

Contudo, LEGO DC Super-Villains é um jogo com diálogos divertidos, que traz bastante humor ao universo da DC e que, apesar de não surpreender com muitas novidades, irá certamente agradar aos mais novos.

LEGO DC Super-Villains já está disponível desde 19 de outubro para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC.

N.R.: A análise ao LEGO DC Super-Villains foi feita numa PlayStation 4 Pro, com uma cópia do jogo cedida pela Upload Distribution 

 

LEGO DC Super-Villains
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Customização da personagem
Música e efeitos sonoros acima da média
Narrativa envolvente
Condução dos veículos pouco fluída
Câmara que dificulta progresso no jogo
Alguns bugs durante o decorrer do jogo
7
EM 10