Microsoft Flight Simulator

Análise Microsoft Flight Simulator

Foi em 1982 que foi lançado o primeiro Flight Simulator com o carimbo Microsoft, na altura já contava com mudanças climatéricas e também a possibilidade de voar em diferentes partes do dia. Andamos em frente, saltando 10 lançamentos, para chegar ao ano de 2006 e ao lançamento de Microsoft Flight Simulator X, o último título principal a ser lançado dentro da franquia Flight Simulator. Se na altura o simulador de voo desenvolvido pela Aces Game Studio já se apresentava com um nível de detalhe incrível, temos que saltar para 2020, e para o novo Microsoft Flight Simulator, para conseguir perceber a evolução tecnológica que existiu no mundo dos videojogos na última década e meia.

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Desenvolvido pelos franceses da Asobo Studio, o Microsoft Flight Simulator de 2020 tem o que é preciso para levar os amantes da simulação ao delírio, mas será que faz o suficiente para cativar os curiosos ou continua as ser um jogo demasiado focado no seu nicho?

A história de Flight Simulator é a história do nosso planeta, num título onde o principal objetivo é chegar do ponto A ao ponto B e onde o elemento narrativo não existe, são as montanhas, os rios, o mar, a nossa rua ou até aquele local que sempre quisemos visitar que fazem a sua justiça, que pegam nos anos que demoraram a ser moldados ou construidos e nos fazem sorrir ao pensar nas histórias que já ali vivemos ou que queremos viver… tudo isto visto de cima enquanto pilotamos uma maquina tão grande quanto o enorme Boeing 747.

O mundo no nosso ecrã

Quantas nos questionamos sobre a qualidade ou dimensão de um mapa quando começamos um novo jogo? Em Microsoft Flight Simulator a questão deixa de fazer sentido, isto porque o mapa do jogo é mapa Mundo, melhor que isto é impossível. Hoje podemos estar a fazer uma viagem de ligação entre Lisboa e o Porto e amanhã decidir voar pela costa do mediterrâneo entre qualquer um dos aeroportos de países do sul da Europa, por exemplo. No novo simulador podemos de facto percorrer o mundo, sem limites ficamos a conhecer paisagens paradisíacas ou até cidades que impõem respeito, como Tóquio ou Nova Iorque.

Durante o tempo de análise foi possível perceber que o mapa-mundo está reproduzido com uma exatidão impressionante, podemos facilmente reconhecer alguns pontos das cidades que cruzamos todos os dias, fazendo com que o simulador acabe por deixar qualquer pessoa confortável já que é capaz de nos levar para tão perto de “casa”. Para explicar esta proximidade pegamos num exemplo prático, descolamos do Aeroporto Faro com destino à cidade de Lisboa, sem tráfego aéreo e sem constrangimentos na rota usada demoramos pouco mais de 20 minutos a fazer o percurso que nos leva a sobrevoar todo o Alentejo, claro se quisermos ser criativos podemos ir a Aveiro dar a volta e assim conseguir ver a famosa Ria. É esta a magia de Flight Simulator, sem passageiros, enquanto estamos no ar temos o mundo à nossa disposição, somos nós que decidimos as nossas rotas e o tempo que queremos voar, somos nós que decidimos as paisagens que queremos para o dia de hoje e, no fim, somos nós que decidimos que pedaço do nosso planeta queremos apreciar.

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Tal como um bom comandante temos o headset na cabeça, muito por culpa do som que queremos apreciar, mas também para conseguir escutar as indicações das diferentes torres de controlo que vamos apanhando durante a nossa viagem. Tirando os pequenos avisos de velocidades excessivas ou até de demasiada altitude que vamos tendo, voar acaba por ser uma experiência extremamente relaxante… ir do ponto A ao ponto B onde o único som que ouvimos é o som do avião dentro do cockpit. É fácil deixar de dar ouvidos aos sistemas de navegação e começar simplesmente a apreciar a beleza e o detalhe reproduzidos no novo jogo da Microsoft, é fácil pensar em ir de Faro a Lisboa e ter que pedir autorização para aterrar no Aeroporto Sá Carneiro tal é a imersão que este Microsoft Flight Simulator nos traz. Microsoft Flight SimulatorÉ impossível não ficar rendido à recriação do planeta no jogo da Asobo Studio. Mesmo com algumas falhas que facilmente nos apercebemos, qualquer pessoa (mesmo que não sejam apreciadores de videojogos) ficará impressionada com a fiel representação mostrada no simulador… arriscamos também a dizer que todos tirarão prazer de pegar num dos aviões e voar de um ponto ou outro, simplesmente para relaxar.

Faça chuva ou faça sol

Poucos gostam de andar à chuva, mas se houve algo que nos impressionou pela positiva em Microsoft Flight Simulator foi a chuva. A chuva, o vento, o sol, a neve, as tempestades e até as trovoadas. No mesmo voo de Faro a Lisboa podemos passar por todas as diferentes condições climatéricas, basta para isso aceder à barra de ferramentas que se encontra “escondida” na parte superior do ecrã e escolher o tempo que queremos apanhar, mas o melhor e que parece funcionar com alguma exatidão é as condições meteorológicas “ao vivo” onde, tal como nome indica, vamos apanhar qualquer que seja a condição meteorológica que se fizer sentir no mundo real.

Aos experimentarmos a condições menos favoráveis à prática da aviação amadora, ou até profissional, depressa percebemos que o avião é afetado e em muito pelas condições exteriores, o aparelho parece ganhar vida própria e querer ir para todo o sítio menos para onde o queremos levar e o que até ali estava a ser relaxante passa a ser uma experiência de fazer soar os dedos, experiencia essa onde a nossa missão passa a ser exclusivamente o manter do avião no ar porque, faça chuva ou faça sol, queremos levar o aparelho até ao seu destino.

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E já que falávamos da sensação do avião nas diferentes condições meteorológicas é importante referir que, mesmo comparando aparelhos dentro da mesma categoria, é muito fácil perceber as diferenças no manuseamento de cada avião. Cada máquina vai voar de forma diferente e vai pedir inputs diferentes, fazer o mesmo percurso com dois aviões distintos faz com que também a experiência seja diferente.

Brace Brace Brace

Não somos, nem nunca iremos ser, pilotos profissionais pelo que a nossa experiência com Microsoft Flight Simulator será sempre do ponto de vista de quem pouco percebe de aviões e que o mais perto que teve do banco do comandante foi quando, em criança, conseguiu ir visitar o cockpit de uma destas máquinas voadoras. Mas o que é poderá ter este simulador para oferecer a alguém deste enorme grupo de pessoas?

Claro, sejam ou não avidos jogadores de tudo um pouco, importa começar pelo tutorial. Durante a nossa experiência encontramos algumas dificuldades na primeira lição onde os objetivos teimavam em não aparecer e poucas ajudas nos eram dadas para conseguir encontrar os controlos certos para seguir viagem… depois de ultrapassar a zona de turbulência lá continuamos nas importantes lições onde aprendemos o ABC da aviação.

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Depois, para além da beleza de um mundo já descrita, Microsoft Flight Simulator conta ainda com alguns desafios e um modo online que para além de aumentarem a longevidade do jogo, podem ainda despertar o interesse dos curiosos. As missões passam por missões de aterragem ou por voar de um ponto ao outro sem qualquer tipo de ajuda na navegação, claro. Pensam que voar sem ajuda na navegação é difícil? Sim é, mas experimentem o desafio que nos leva a aterrar, com ventos fortes, no Aeroporto do Funchal e depois contem-nos o que é que acharam mais complicado. Acreditem… neste desafio pode tornar-se relativamente fácil fazer com que os passageiros do vosso A320 NEO oiçam as palavras “Brace Brace Brace”.

Já o modo online poderia apresentar-se de forma mais amigável, mais simples de criar e apresentar também ele alguns desafios. Um modo onde o único propósito é estarmos no mesmo servidor que outras pessoas, amigos ou não, e assim voar com algum tráfego aéreo, fazendo com que a experiência seja ainda mais realista, podia também apresentar desafios como a descoberta das melhores rotas entre pontos, ou até a inclusão de provas acrobáticas ou de velocidade ao bom estilo de Air Racing. Por agora ainda não o faz, mas o modo online acaba por ser uma mais-valia, até porque é sempre satisfatório ter uma conversa com alguém conhecido ao som de um motor de avião enquanto viajamos entre a República Dominicana e Porto Rico.

Considerações Finais 

Microsoft Flight Simulator é uma experiência relaxante, onde uma simples viagem se pode tornar num momento de paz incrível. Imersos no som do avião conseguimos facilmente entrar num plano onde não pensamos em mais nada, apenas na nossa viagem e nas paisagens que vamos avistando ao longo do caminho. Sejam ou não amantes de jogos de simulação a experiência com este Flight Simulator não vos vai deixar indiferentes.

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A Microsoft e a Asobo Studios conseguiram criar um simulador que abre as portas da simulação a toda a gente, com diferentes definições de dificuldade, ou até com a possibilidade de ativar o piloto automático e apreciar apenas a viagem, o jogo foi criado para levar os amantes da simulação em classe executiva, mas sem deixar ninguém sem bilhete. Ao fim de contas, é uma viagem incrível pelo Planeta Terra.

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Microsoft Flight Simulator é uma viagem incrível pelo Planeta Terra. O simulador já se encontra disponível para Windows PC, também através do Xbox Game Pass PC (Beta) e do Xbox Game Pass Ultimate

+ Mundo e aviões com um nível de detalhe impressionante

+ Desafios acabam por dar algo mais a quem não quer voar por voar

+ Condições meteorológicas bastante realistas

+ Experiência altamente imersiva

– Alguns problemas com as lições iniciais

– Mesmo com a edição premium deluxe (€ 119,99) existe material que pode ser comprado in-game

– Vertente multiplayer podia acrescentar mais desafios

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N.R.: A análise a Microsoft Flight Simulator foi realizada em Windows PC com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela Xbox Portugal antes do seu lançamento.