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Análise My Time at Portia: Uma viagem por vezes turbulenta

Quando me pediram para ir a um mundo pós-apocalíptico ser um construtor, estaria a pensar que iria para um mundo como vemos nos filmes de Mad Max ou até um daqueles futuros alternativos com tecnologia de ponta quase na beira do precipício a que chamamos de humanidade, depois reparo no mundo de My Time at Portia e atrevo-me a dizer isto com toda a honestidade para os leitores: é um mundo com variadas cores e paisagens, algumas bastante ricas, mas o conceito e as mecânicas de jogo poderiam ser melhoradas…

Desenvolvido pelo estúdio chinês Pathea Games, My Time at Portia pega nos conceitos de Animal Crossing e Harvest Moon com a fórmula de 3D, usando a câmara na terceira pessoa para tornar em algo completamente diferente, o que dá uma ênfase maior nas criações e construções que teremos de fazer ao longo da nossa jornada. Com um sistema de construção e fabricação profundo, mas direto ao ponto e com um ambiente muito charmoso, é fácil ser sugado e passar muitas horas, agradáveis diga-se, ​​em Portia. Mas aqueles que pretendem passar por todas as missões da história provavelmente vão achar, este mundo, muito aquém do esperado.

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Começamos com a nossa personagem, criada de propósito para este jogo (já vi melhores opções de criação de personagens noutros títulos do mesmo género), a chegar à cidade de Portia por mandado do seu pai que esteve ausente durante uma boa parte da sua vida e que deixou de legado uma oficina abandonada à mercê do tempo. Com alguns toques aqui e acolá a casa ficou com uma nova, portanto está na hora de ir cumprimentar os nossos novos vizinhos que iremos, na pele da personagem principal, ver todos os dias para o resto das nossas vidas. Depois disso, o jogador é livre de explorar ao seu redor para colecionar materiais, construir utensílios, prédios ou até mesmo máquinas para a cidade, sendo que as nossas criações começam com algo pequeno como uma cana de pesca ou até mesmo um machado para algo ainda maior como uma ponte que vai conectar a outra ilha para que o turismo em Portia cresça. Não podemos esquecer que também temos missões baseadas em exploração, como descobrir novas ruínas ou descobrir o que se passa com a reserva de água da cidade.

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Outro ponto importante em My Time at Portia é como o jogador irá manusear o tempo que terá para planear o que fazer e como o  fazer. Já que o tempo do jogo é quase de um minuto por segundo do nosso tempo real, não dá muita manobra para planear o que fazer a seguir. Este foi um dos pontos que mais me fez refletir ao longo do meu percurso, já que temos de pensar se queremos gastar o dia a apanhar materiais, explorar as grutas e ruínas ou até mesmo tratar de recados que a câmara nos deixa para ganhar algum estatuto na cidade.

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Algo igualmente importante, que não podemos deixar esquecido, é que temos melhorar as nossas ferramentas e máquinas que precisamos para acabar os projetos, sendo que ao construir estas não há penalidade e são processos diretos, já que o jogo informa-nos que materiais precisamos para determinadas ferramentas e como fazer essas mesmas ferramentas. Com uma simples olhadela ao nosso guia de construções temos explicações sobre o que a máquina faz, que materiais teremos de usar nessa maquina ou até mesmo como fazer upgrade para ter um produto ainda melhor.

Pouco a pouco começa-se a perceber uma pequena rotina dentro do jogo e que como está tudo conectado, mas não da melhor maneira. Por exemplo, para ter tubos de cobre, obviamente, temos que arranjar cobre em estado puro, o segundo passo é o de transformar o cobre em barras para que no fim, então, consigamos ter os desejados tubos de cobre.  Todos estes processos irão gastar tempo  para fazer certos trabalhos… e até pode tornar as coisas realistas mas um processo mais direto, era na minha opinião, mais indicado para o tipo de jogo.

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Apesar de My Time at Portia estar situado num mundo pós-apocalíptico, surpreendeu-me o facto de não terem usado a imagem comum que temos para este tipo de universo. Decidiram usar algo invulgar acaba por nos dar um certo prazer apenas ao apreciar as paisagens e o mundo ao nosso redor. O único problema que este mundo tem é o facto dos seus habitantes não terem muito que contar, mesmo quando fazemos amizades com alguns dos nossos vizinhos, depois de oferecer presentes ou mesmo de oferecer os nossos serviço, não me recordo de nenhuma destas personagens com quem tenha tido uma ligação forte (mesmo com o ponto de que nos podemos casar, embora precisemos de uma atualização na nossa casa para o fazer) que me faça querer voltar para saber mais coisas sobre essa mesma personagem.

Também temos comabte…

Isto faz com que tenha que falar de um outro ponto fraco de My Time at Portia. Este sistema de combate não foi bem pensado, penso até que poderá ter sido adicionado apenas como uma das várias maneiras de ganhar experiência para passarmos de nível.

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Ao longo do jogo iremos encontrar inimigos que podem ser persuasivos ou até mesmo frustrantes, mas nada que não seja resolvido por uns premir do botão quadrado para bater nos pobres desgraçados e o L1 para rolar para o lado que queres com ajuda do analógico esquerdo. Depois de alguma progressão na história terás alguns NPC a acompanharem-te em demandas nas ruínas, até ao ponto em que os podes deixar lutar com os bosses sem sequer mexer no comando. Pode não ser o melhor sistema de combate mas vais ter que o usar… Terás de entrar em algumas batalhas para teres certos materiais que não consegues arranjar naturalmente.

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Considerações finais

My Time at Portia é um bom sítio para estar num par de dias, mas com o passar do tempo irá desgastar uma boa parte dos jogadores. Talvez alguns passem mais tempo para conseguirem perceber como é que as suas obras estão a alterar a vida no mundo de Portia. Apesar de haver conteúdo que será integrado depois de algumas semanas deste jogo ser lançado, algo mais terá que ser feito para que este jogo acaba a agradar a gregos e troianos.

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My Time at Portia já se encontra disponível para Xbox One, PlayStation 4, Nintendo Switch e Windows PC.

 

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N.R.: A análise a My Time at Portial foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma chave do jogo, antes do seu lançamento, gentilmente cedida pela Team17.

 

 

 

My Time in Portia
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Uma agradável sensação de construção
As mudanças no mundo com as missões que fazemos
Um cenário encantador
Esperar demasiado tempo entre missões
Sistema de combate fraco
Alguns aspectos não são tão bem explicados como poderiam ser
6.5
EM 10