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Análise Need For Speed: Hot Pursuit Remastered

Num momento em que o foco das grandes empresas da indústria se começa a alinhar em torno desta nova geração como traças de volta da luz, as oportunidades para remasterizações ou triunfosos regressos do passado vão escassear. O público exige mais, melhor, diferente. Caminha-se para a frente, piscando ao de leve o olho ao passado, bebendo inspiração, mas procurando trilhar novos caminhos. Need For Speed: Hot Pursuit Remastered será certamente uma das poucas exceções que confirmam essa regra adquirida, fazendo-nos voltar às memórias duma consola bem mais feia, a PS3, e a um jogo que misturava na perfeição a velocidade estonteante característica da série e o estilo cinemático que a Criterion deu ao seu grande sucesso, Burnout.

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Tendo em conta que as políticas comerciais da Electronic Arts são por vezes criticadas, será Need For Speed: Hot Pursuit Remastered apenas uma reta vazia de conteúdo visto e revisto à procura do dinheiro fácil ou estamos perante uma recauchutagem que vale a pena o investimento dez anos depois?

Polícia ou ladrão?

Este poderá ser um dos maiores apelos desta remasterização, como já o era há uma década: o jogador pode optar por estar de cada lado do espectro das corridas ilegais que parecem trazer toda a gente à região de Seacrest: escapar da autoridade a 300 quilómetros por hora contra outros agarrados à adrenalina ou ser um agente dissuasor das mesmas, usando todos os meios necessários. A carnificina de lata e fibra de carbono é das poucas coisas certas que temos nestas corridas alucinantes, nada mudando o apelo que já encantaram o jogador na interação original.

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O jogo recompensa o jogador, subindo os níveis de perigosidade para as autoridades como racer e como polícia, levando ao desbloqueio sem parar de novos veículos mais fortes e mais potentes, incluindo até carros que foram lançados em DLC’s. Por vezes parece até demasiado fácil este desbloqueio, retirando aquele merecido sentido de conquista.

Há muitos tipos de eventos em ambos os lados da estrada, embora passado algum tempo se tornem facilmente repetitivos, pois os troços são reduzidos e muito semelhantes, dando uma falsa sensação de liberdade num mundo afinal fechado e muito parecido.

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O Autolog é nosso amigo

Os modos online são hoje corriqueiros e também a base de uma nova geração de jogadores que dominam este mundo. Há dez anos, Need For Speed: Hot Pursuit lançava o Autolog, que desafiava o jogador a ser provocado pelos seus amigos, numa constante batalha pelos melhores tempos em cada um dos troços, permitindo ver também a progressão da campanha, concentrando ali as infomações mais importantes do que já foi alcançado e do que pode ser superado. Ter um grupo de amigos que jogue Need For Speed: Hot Pursuit Remastered deve proporcionar incríveis sessões de confrontos e provocações, mas o que é certo é que não deve ser fácil de isso acontecer. Este é um jogo com dez anos que foi ao cirurgião estético com um orçamento limitado e acabou por pedir apenas uns retoques; pode não ser aquilo em que se pretende investir agora, quando uma nova geração acaba de entrar na corrida.

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Para compensar a possível falta de companheiros de quatro rodas, Need For Speed: Hot Pursuit Remastered dá a possibilidade ao jogador de ativar o cross-play. A universalidade das plataformas que podemos desafiar é um ponto bastante interessante a explorar pelo jogador, compartidas até oito jogadores por sessão.

O cheiro a borrada esquecida

O apelo de Need For Speed: Hot Pursuit Remastered será sempre mais forte para quem o vivenciou há dez anos. E o lado quase hollywoodesco que é dado às interações é muito responsável por isso, tornando-se por isso um possível jogo de nicho, preso pelo tempo de uma consola que não volta mais. As perseguições disparam os níveis de adrenalina, os efeitos sonoros ajudam à experiência, com aquela que parece ser a banda sonora original.

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Não há grandes novidades no que diz respeito a conteúdos lançados para a remasterização. Este é um jogo que foi aclamado pela crítica e jogadores de forma quase unânime, mas ainda assim parece que se podia exigir um pouco mais, nem que seja para legitimar essa compra tanto tempo depois do original. Não é a caça ao euro fácil que se temia por parte da EA, mas algum conteúdo adicional tinha sabido bem, para além de algumas diferenças na customização das cores dos diferentes carros desbloqueados.

Considerações finais

Não fossem os gráficos algo datados, apesar do espevitamento dado para esta remasterização, e Need For Speed: Hot Pursuit Remastered pareceria um jogo lançado somente agora e não há dez anos. A sua velocidade incessante, a diversidade dos automóveis que nos são apresentados e as variantes de progressão seja como speeder ou como agente da lei, fazem deste jogo uma diversão, tal como já o era há dez anos. É uma experiência verdadeiramente de arcada e apela claramente aos aceleras fãs do género.

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Claro que não é brilhante e traz poucas inovações que possam justificar a compra dum jogo que já pertence originalmente a duas gerações de consolas atrás, mas se há quem procure diversão automobilística despretensiosa, então este é o jogo a adquirir.

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Passados dez anos, Need For Speed: Hot Pursuit continua a ser uma delícia para quem aprecia uma jogabilidade arcade e uma sensação de velocidade impressionante, seja na pele dos aceleras ou dos agentes cumpridores da lei a qualquer custo.

+ Velocidade e emoção

+ Menus simples e intuitivos (Autolog)

+ Cross-play

– Muito pouca inovação

– Falsa sensação de mundo aberto

– Repetição de eventos

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N.R.: A análise a Need For Speed: Hot Pursuit Remastered foi realizada numa PlayStation 4 com uma cópia do jogo, gentilmente disponibilizada pela EA Portugal.