Observer: System Redux

Análise Observer: System Redux

Observer: System Redux é uma versão atualizada do jogo de 2018 que nos situa num mistério de horror e assassinato num mundo cyberpunk e futurista. Observer recebeu bastantes elogios na altura, mas também tinha os seus problemas. Com esta revisão tentam colmatar essas falhas e com sucesso, tornando-se um produto bem mais apelativo.

Siga o Future Behind: FacebookTwitterInstagram

Uma grande história dentro de um mundo horripilante

Observer: System Redux conta a história de Daniel Lazarski protagonizado por Rutger Hauer (grande ator de culto falecido em 2019), que recebe uma chamada do seu filho que lhe pede ajuda, quando de repente a ligação é interrompida. Lazarski é um Observer, é capaz de analisar o ambiente que o rodeia, procurando salas escondidas, analisar sangue e hackear as mais variadas máquinas. De certa maneira, um Observer é como uma equipa forense ambulante.

Uma das maiores ferramentas no arsenal de um Observer é a habilidade de entrar nos chips cerebrais das pessoas e reviver as suas memórias, por exemplo.

Siga o Future Behind: FacebookTwitterInstagram

Assim que Lazarski chega ao apartamento do filho, descobre uma situação dantesca e o edifício misteriosamente fica encerrado e bloqueado. A partir daí não nos resta outra alternativa senão descobrir o que se está a passar, tanto com o seu filho bem como com tudo o que ele vai encontrando nesse caminho. As pistas levam-nos a vários corpos e situações aterradoras e foi toda esta narrativa que nos mantém agarrados ao comando. Estamos sempre expectantes no que a próxima pista nos irá levar. O edifício de apartamentos é um personagem por si próprio ao esconder muitos segredos e os seus inquilinos demonstram bastante interesse em Lazarsky e o porquê dele se encontrar ali.

Construção excelente do mundo que nos rodeia

Observer: System Redux faz um trabalho fantástico na elaboração da estrutura a qual a narrativa assenta. Apesar de todo o jogo decorrer apenas no prédio de apartamentos, os ficheiros que lemos nos computadores e as nossas interações com todos que nos vamos cruzando expandem e dão credibilidade ao mundo futurista em que o jogo se situa. Interações essas que são através da porta dos seus apartamentos, já que a única pessoa que falamos cara a cara é o porteiro do edifício.

Ouvimos conversas sobre o medo da pandemia que trouxe o planeta à situação actual, especialmente as pessoas com partes cibernéticas no corpo. É um mundo que tem tanto de cativante e de assustador na forma em como a humanidade foi afetada que transparece na nossa narrativa. É cheio de drogas e tristeza, melancolia e desprezo pelo próximo e o estilo visual escuro e crú, personifica o estado mental e anímico das personagens.

Observer: System Redux aproveita o hardware da Playstation 5 ao subir a frame rate para 60 fps e adicionando ray tracing para trazer este mundo distópico criado pela Bloober Team à vida.

Siga o Future Behind: FacebookTwitterInstagram

Uma das coisas que nos retiraram um pouco da narrativa foi o trabalho de voz dos atores. A voz de Rutger Hauer é perfeita para encarnar Lazarski mas a maneira que entrega as falas ao personagem parece demasiado seco, sem grande intensidade ou emoção, parece que apenas está a ler o guião. Mas não é apenas a voz de Lazarski que temos esta opinião, quase todos falam sem esta emoção na performance. Entendemos que um mundo pós-apocalíptico pode ser duro na vida das pessoas, mas existem conversas que beneficiariam de mais ênfase para dar mais credibilidade. Apesar da atmosfera do jogo estar surpreendente, os aspetos de horror entram em cena quando Lazarski se imersa nas memórias das vítimas que encontra. Ao tentar encaixar o puzzle sobre a sua morte, encontramos situações dramáticas e em alguns casos monstros que temos de evitar.

Tirar vantagem do Dual Sense

Estas secções específicas desenvolvem-se como um grande puzzle que Lazarski tem de resolver para descobrir o que aconteceu com a vítima e é um pouco difícil de explicar como isto tudo se sucede, mas a Bloober Team fez um trabalho surpreendente na manipulação dos nossos sensores audiovisuais.

Siga o Future Behind: FacebookTwitterInstagram

O Dual Sense também recebe a melhor atenção da equipa principalmente com o feedback háptico. Durante as secções de maiores aspetos de horror, as vibrações igualam o tom dos sons e parece que sentimos o som nas nossas mãos. Relativamente aos gatilhos, é algo mais simples, mas quando abrimos portas trancadas, sentimos uma resistência adequada ao momento, quanto mais pressionamos o jogo dá um feedback sonoro a indicar que a porta está mesmo trancada, o que ajuda na imersão.

Considerações finais

Observer: System Redux é um bom jogo ao que se propõe. Se gostam de títulos misteriosos, ficção científica e suspense, é o jogo para vocês. É um melhoramento do original e ainda mais podia ter sido feito, mas a adição de ray tracing e os pormenores do Dual Sense são uma adição interessante ao género. Sentir a atmosfera tanto pelo grafismo como nas nossas mãos aliado ao som, traz muita imersão a este universo cyberpunk.

Siga o Future Behind: FacebookTwitterInstagram

Infelizmente a maioria dos melhoramentos são apenas por melhor hardware e havia mais coisas a melhorar que ficaram por tratar, mas não deixa de ser um bom jogo do género de horror e suspense.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Atmosfera de suspense

+ Uso do Dual Sense e do som para criar imersão

+ Guião bem escrito

– Vozes dos atores fracas para um jogo altamente focado em narrativa.

Siga o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram

N.R.: A análise a Observer: System Redux foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Evolve PR.