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Análise Sphinx and the Cursed Mummy: 16 anos depois, o regresso ao Antigo Egito

Desenvolvido pela Eurocom e publicado pela THQ Nordic em 2003, Sphinx and the Cursed Mummy foi um jogo do qual na altura pouco se ouviu falar. Tenha sido pela sua semelhança com outros títulos de segunda geração, como Jak and Daxter ou Ratchet and Clank, ou simplesmente pela falta de reconhecimento da crítica, a verdade é que ver a THQ Nordic desenterrar agora um jogo com 16 anos, após a Eurocom ter fechado portas, e portá-lo para a Nintendo Switch, apanhou-nos de surpresa.

https://www.youtube.com/watch?v=OxL1opYJ0PI

Sphinx and the Cursed Mummy, inicialmente desenvolvido para a PlayStation 2, Xbox e GameCube, é um jogo de ação e aventura em terceira pessoa. A história desenrola-se no Antigo Egito, onde Sphinx, um semi-deus, e o seu “arqui-inimigo” Horus são incumbidos pelo seu mestre, Imhotep, de encontrar a espada “Blade of Osíris”, na terra do malvado Uruk.

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Até aqui tudo bem, mas quando esta missão se complica, Sphinx é obrigado a entrar num misterioso portal, onde o jogador é transportado para outro mundo. Neste mundo paralelo, deixamos a personagem Sphinx e assumimos o papel de Príncipe Tutancamon. O príncipe prepara-se para celebrar o seu aniversário, quando o seu irmão o captura e, durante um ritual, o mata, tornando-se o nosso Princípe na múmia mais famosa de todos os tempos. Assim, o que parecia ser uma tarefa simples a levar a cabo por Sphinx torna-se numa missão para devolver fragmentos da alma a Tutancamon e livrar o mundo dos planos de Set.

Três estilos de jogo em um

Durante todo o jogo, iremos alternar entre duas personagens – Sphinx e Tutancamon – cada uma com jogabilidade distinta, tornando-se numa espécie de três em um.

Sphinx foca-se mais em combate, num estilo quase hack and slash simplista, apenas com dois tipos de ataque, fazendo uso de uma espada e várias habilidades que vamos ganhando no decorrer do jogo e que permitem simultaneamente combater e explorar o mapa.

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Já Tutancamon limita-se a uma jogabilidade mais stealth, assente num estilo puzzler/platformer, mas ainda assim bastante divertido e, por vezes, mórbido, pois a resolução dos puzzles poderá depender de sermos eletrificados ou imolados, por exemplo.

Mas nem sempre a jogabilidade é facilitada pelas próprias mecânicas do jogo. O combate, sendo uma parte muito importante da aventura com Sphinx, é bastante desajeitado. Quer seja por não haver no jogo a possibilidade de fazer lock-on nos inimigos, quer seja pela própria câmara, que teima em não responder aos nossos comandos, é complicado, por vezes, conseguir um bom desempenho se formos atacados por muitos inimigos.

Uma viagem recheada de NPCs

Para além do plot principal, existem vários extras e colecionáveis ao longo do jogo, como mini-jogos onde ganhamos escaravelhos que depois servirão para comprarmos itens, entre outras missões secundárias. Também quando matamos alguns inimigos, estes deixam cair itens que servem para restabelecer a nossa energia.

Os NPCs em Sphinx and the Cursed Mummy são bastante satisfatórios. Para além de uma grande variedade, todos eles remetem de uma ou outra forma para o Antigo Egito e é fácil sentirmos que estamos mesmo a viver aventuras sob um sol tórrido e junto de magos e feiticeiros egípcios.  

Escassez de save points

Mas nem tudo é um mar de rosas neste port para a Nintendo Switch. Apesar de ter sido polido a nível gráfico, o jogo continua a apresentar texturas bastante toscas e desalinhadas com o que temos vindo a ser habituados nos jogos para a híbrida da Nintendo. Nem mesmo a funcionalidade do ecrã tátil, específico da Nintendo Switch, funciona em todo o seu esplendor, dado que ao utilizá-lo, a câmara não consegue responder de forma controlada, virando-se na maioria das vezes muito rápido.

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A música que acompanha o jogo é boa, mas os efeitos sonoros deixam bastante a desejar. Algo que gostaríamos de ter visto neste port de Sphinx and the Cursed Mummy era voice-acting, pois tendo em conta o tamanho das legendas e texto dos diálogos que acompanham o jogo em handheld, teria sido bastante útil.

Também a regularidade com que encontramos as estátuas onde podemos guardar o jogo dificulta bastante o trabalho do jogador. Tendo em conta que só temos três vidas, representadas pela cruz egípcia Ankh, acontece por vezes termos que voltar a repetir os últimos 20-25 minutos de jogo, após morrermos. A ter em atenção também o menú de jogo que poderia ter sido melhorado para este port, pois a opção principal do jogo, após termos o primeiro save, é “Novo Jogo” e não “Continuar”. Isto implica que os jogadores mais distraídos possam carregar em “Novo Jogo” e perder o seu save, pois o mesmo é substituído automaticamente.

Considerações Finais

Pintado de fresco e com uma cara nova em HD, Sphinx and the Cursed Mummy é um jogo bastante divertido e desafiante. Apesar de haver melhorias que gostávamos de ter visto, como o voice-acting e uma câmara melhorada, e não ter sido considerada a hipótese de se fazer um jogo novo de raíz, como uma sequela, a verdade é que a história, as suas personagens e toda a forma como o jogo está pensado estão muito boas. Siga o Future Behind: Facebook | Twitter | Instagram

Assim, mesmo não havendo grandes novidades no port para a Nintendo Switch, este título consegue envolver-nos pela sua história e ligação às personagens e irá, com certeza, agradar os fãs mais antigos do jogo.

Sphinx and the Cursed Mummy já está disponível na Nintendo e-Shop, para download, desde dia 29 de janeiro.

N.R.: A análise a Sphinx and the Cursed Mummy foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia da versão final do jogo cedida pela THQ Nordic.



Sphinx and the Cursed Mummy
Reader Rating2 Votes
8
Boa história
Gráficos melhorados
Cenário envolvente
Câmara não responde
Controlos por vezes desajeitados
Falta de save points
7
EM 10