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Análise The Pathless

Não haveria grandes dúvidas que uma combinação entre uma editora inovadora como a Annapurna e um estúdio talentoso como a Giant Squid, que antes tinha lançado Abzû, um dos nossos indies preferidos da geração passada, seria um sucesso.

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The Pathless é o novo título de aventura deste estúdio que mesmo sendo diferente nas suas mecânicas de Abzû, também tem muito de semelhante. Nada nos é dito, temos de ir explorando as planícies e montanhas e encontrar monumentos com mensagens e soldados caídos em que as suas almas nos contam a sua história.

Planícies, montanhas e uma tempestade misteriosa

Mas vamos começar com o enredo. Uma caçadora anónima, armada apenas com um arco poderoso, chega a uma ilha envolta numa maldição. Muitos aventureiros tentaram, mas ninguém até então conseguiu derrotar a ameaça sombria que domina a ilha. Cabe a esta caçadora, acompanhada por uma águia, eliminar os espíritos malignos que ocupam esta terra outrora próspera e finalmente restaurar a paz. A história em The Pathless é simples, linear, mas também intemporal. A ligação que crias com a sua protagonista é quase imediata, uma guerreira heroica que, com o seu arco, permite-nos acompanhá-la nesta viagem verdadeiramente fascinante. O arco, em particular, representa uma mecânica muito interessante dentro do jogo, aproveitando os talismãs espalhados pelo mapa e acertando-os com flechas, a caçadora move-se mais rapidamente, oferecendo uma sensação de velocidade e permite-nos percorrer o mapa mais rapidamente e igualmente com estilo.

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Ao combinar este movimento com saltos e o uso da águia, que é capaz de transportar a nossa heroína para pontos mais altos do mapa (graças também a um impulso especial por parte da nossa ave de estimação), The Pathless também oferece uma grande sensação de verticalidade, que se torna cada vez mais intrigante conforme as habilidades da nossa ave de rapina se desenvolvem graças a alguns cristais que encontramos pelo caminho. Comparado a outros jogos de aventura semelhantes, o novo jogo do Giant Squid não usa um minimapa para guiar os jogadores ao longo do seu caminho, mas, como o título sugere, para eles encontrarem o seu próprio caminho.

Ver para além do óbvio

Para isso, contamos com o auxílio da Spirit Vision, uma habilidade da caçadora que, ao ativarmos, permite-nos ver onde estão escondidos os tesouros, talismãs que podem ativar as torres que despertam os demónios que ocupam a ilha, e muito mais. É uma bela mecânica que também deixa ao jogador uma grande liberdade em termos de abordagem e também a oportunidade de explorar este mundo fascinante. Podemos não ter minimapa, que ao início pode parecer estranho, mas esta habilidade permite que estejamos num ponto e sondar o meio ambiente em que aparecem estes pontos de interesse a vermelho.

Para recuperar estes talismãs, que são a principal ferramenta para ir progredindo na história que são úteis para libertar animais sagrados de espíritos demoníacos. Aqui, a caçadora deve resolver alguns pequenos puzzles, que vão desde o acionar de plataformas e engrenagens até o disparar de flechas com precisão, e muitos mais tipos de quebra-cabeças. Nunca são complexos, longe disso, mas muitas vezes requerem um ponto de vista de diferente para entender quais mecanismos ativar, e é aqui que a águia prova ser uma ajudante verdadeiramente valiosa. A relação próxima que gradualmente desenvolvemos com esta parceira, fica especialmente ternurenta a ponto que podemos abraçá-la e fazer-lhe festas depois dela ficar com medo em algum encontro fugaz com os espíritos da ilha.

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É neste sentido que, ao longo do mapa, é possível encontrar alguns vórtices vermelhos tipo tempestades, em que podemos entrar em algumas secções furtivas completamente opcionais, mas por vezes difíceis de escapar, já que estamos sempre em movimento à procura dos puzzles e essa tempestade também se move pelo mapa. Aqui temos de escapar da visão do demónio, representado por um cone de luz projetado pelo espírito, na tentativa de resgatar a águia, esta tempestade traz algo de negativo para a nossa companheira de aventura e aqui ela está prostrada no chão e cabe-nos a tarefa de a salvar da qual ela se separa ao encontrar essa tempestade, vermelha de seu tom. É talvez a única secção verdadeiramente diferente em The Pathless, mas que quebra um pouco o ritmo mais calmo do resto da experiência, dedicado principalmente à exploração e resolução de quebra-cabeças.

Livrar as criaturas do demónio

Mas nem tudo é pacífico, e assim que as três torres forem ativadas para despertar o demónio naquela área específica da ilha, a caça ao espírito começa. E é uma caça no sentido mais verdadeiro, já que perseguimos a divindade ao usar a mecânica de corrida que mencionámos anteriormente, que é acertar nos alvos que nos permitem acelerar, e acertar no inimigo com o arco e flecha. Uma vez derrubado, passamos à segunda fase da luta geralmente numa arena em que memorizar os padrões de luta são a chave para o derrotar. Defrontar estes bosses são o ponto alto do jogo a seguir a toda a exploração de mundo aberto. Defrontamos uma hidra, um dragão e alguns mais e estas lutas podem não ser muito complexas, mas são emocionantes. O nosso personagem nunca morre, mas pode ser atirado para fora da arena e começar a luta de novo.

O verdadeiro desafio oferecido ao jogador é descobrir como derrubar a criatura, resolver outro puzzle para derrotá-lo. Nunca sentimos que estas criaturas estão fora do contexto da história e estas lutas com várias fases entranham o personagem com o lore da história e o porquê de a criatura ser quem é.

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No entanto, é impossível falar sobre The Pathless sem mencionar o seu trabalho gráfico. Se já na época de Abzû, a Giant Squid já tinha demonstrado grande talento em termos de visão artística, este novo jogo confirma essa grande qualidade do estúdio. The Pathless é verdadeiramente espetacular do ponto de vista de arte gráfica, com ambientes ricos e animados, cheios de cor. No que concerne ao som, a banda sonora ficou a cargo de um dos melhores criadores do género, Austin Wintory, que compôs para Abzû e para Journey, uma das melhores experiências que já jogamos em que Matt Nava também trabalhou. Toda a envolvência sonora que Wintory criou, une todo o clima evocativo do jogo. Uma das melhores partes de The Pathless.

Considerações finais

Em última análise, The Pathless é um jogo bastante bom, emocionante, descontraído, visualmente impecável, o novo game da Giant Squid confirma o excelente rumo tomado pelo estúdio, desde a época de Abzû. Se procuram um jogo para se dedicarem, mas sem pressa, temos de recomendar esta aventura, que aliado aos puzzles e colecionáveis que podemos encontrar, já nos soma algumas horas de jogo e sempre com aquela vontade de achar a próxima localização para explorar. Definitivamente é a pérola escondida do lançamento da Playstation 5.

Clica na imagem para mais informação sobre as nossas classificações

+ Arte gráfica

+ Quem tem Austin Wintory tem tudo

+ Exploração num mundo de uma civilização antiga

+ Lutas de bosses muito boas

Puzzles podem ser muito repetitivos

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N.R.: A análise a The Pathless foi realizada numa PlayStation 5 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Play&Game.