DC Super Hero Girls: Teen Power

DC Super Hero Girls: Teen Power – Análise

A eterna luta entre as duas maiores empresas de conteúdos relacionados com super-heróis está mais acesa que nunca. A Marvel, que tenta diversificar o máximo que pode, dá protagonismo a uma grande parte das suas grandes estrelas no cinema e nas séries de televisão envolve outras personagens que poderiam ser consideradas de segunda importância, tornando o seu mundo um intrincado novelo de ação para consumo de pipoca.

Já a DC Comics tem sentido mais dificuldade na sua diversificação, pois tem apostado tudo nas suas grandes estrelas cinematográficas, umas com relativo sucesso, outras com grandes tiros na culatra.

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O mundo das crianças e a sua ligação com os super-heróis parecia ser um passo óbvio para ambas as companhias. E assim foi, com a Marvel a criar diversas animações ao longo das décadas, celebrando as suas maiores estrelas: Spider-Man, X-Men, Fantastic Four… E muitos outros.

Já a DC Comics e a sua parceira TimeWarner arrancaram mais tarde, mas seguem agora a todo o vapor, com sucessos já presentes como Teen Titans e DC Super Hero Girls, que dá origem a esta obra aqui analisada. Resta saber se estamos perante um jogo verdadeiramente heroico ou apenas uma fraude pronta a apanhar uns euros rápidos aos fãs incautos…

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Adolescentes durante o dia, heroínas pela noite

Este não é um jogo feito para sacar somente uns euros fazendo uso duma licença famosa, retire-se já essa possibilidade da mesa. Mas não é certamente uma obra para todos poderem apreciar de igual forma. De todo. DC Super Hero Girls: Teen Power centra a sua ação em seis das personagens da série de animação (Bat Girl, Super Girl e Wonder Woman que assumem os papéis principais da ação, coadjuvadas por Green Lantern, Zatanna e Bumblebee) onde o jogador vai acompanhando uma estória linear do bem contra o mal, contada de forma divertida e acompanhando o humor pueril que é transversal à série. Quando não estão a combater o crime, as adolescentes heroínas levam a vida que qualquer outra jovem da sua idade partilha: há trabalhos escolares, há relações de amizade que se estimam e há redes sociais para atualizar, com fotos e descrições que têm como objetivo a caça ao like.

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Estes dois propósitos bem distantes complementam-se de forma simples e bem conseguida, pois os seus momentos estão bem delimitados. Quando se está a combater uma horda de robôs controlados pelo filho duma personagem bem conhecida deste mundo da DC, a ação é frenética. Talvez não seja o aspeto mais bem conseguido do jogo, pois a câmara não é a melhor amiga do jogador, com ângulos que retiram visibilidade e movimentações demasiado rápidas. O combate em si também tem as suas limitações, muitas vezes obrigando o jogador a fazer as suas combinações de ataques com apenas um botão, embora sejam adicionados golpes especiais personalizados a cada personagem através da sua evolução.

DC Super Hero Girls: Teen Power

Em momentos mais tranquilos, as heroínas sub-16 têm uma cidade de Metropolis para desbravar, com uma série de missões que têm como objetivo a recolha de dinheiro e pontos de habilidade. O dinheiro serve para visitar as inúmeras lojas que possuem uma panóplia razoável de peças de vestuário que atribuem características específicas à personagem e os pontos de habilidade fazem com que as heroínas evoluam as suas capacidades numa série de parâmetros como a barra da vida ou a força.

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As missões para conseguir ambas as coisas são variadas e não ocupam demasiado tempo, apesar de muitas delas serem bastante simplistas: recolher carteiras e bilhetes de espetáculos perdidos, ou ainda tirar fotos de monumentos ou símbolos gráficos das meninas mascaradas para que a rede social do jogo, Superstapost, seja inundada de novas amizades e comentários que podem dar acesso a novas missões e recompensas.

São momentos de diferentes ritmos e que certamente não agradarão de igual forma ao jogador ou jogadora, mas fornece sem dúvida diversidade para ocupar um bom número de horas, algo que poderia não ser expectável para um jogo desta monta.

Cor e som ao Metro(polis)

A cidade de Metropolis que serve de base à aventura apresenta-se como colorida e rica em alguns locais, mas roça a pobreza franciscana noutros. Há um claro desequilíbrio que se torna mais notório porque há zonas da cidade que mereciam estar na própria série, tal é o detalhe atribuído. E depois há outras onde o cinzento e o nada reinam. Desnecessário, TOYBOX Inc., a editora!

O mesmo acontece com todas as outras personagens que não as principais; essas apresentam-se cheias de vida, com diálogos interessantes que deixam bem vincadas as suas diferentes personalidades. Já todas as outras são apresentadas como mortiças, sem grande desenvolvimento. De novo, alguma desproporcionalidade.

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O som volta a sofrer do bom e do mau. As vozes e todo o trabalho sonoro que inclui as personagens é incrível, pois foram usadas os atores e atrizes originais da série, o que acrescenta valor à obra, mas a música que acompanha o jogador a toda a hora cansa rapidamente, pecando pela repetição exaustiva.

Considerações finais

DC Super Hero Girls: Teen Power é uma obra de homenagem a uma série de animação que rompe com o negrume associado à DC, com visuais coloridos, com um bem conseguido equilíbrio entre missões de combate e de auxílio a NPC’s e ainda um modo de combate razoável, em que o esmagar de botões pode ser evitado, juntando a eles alguns golpes especiais únicos das personagens que personalizam a experiência.

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Com um tom juvenil que corre por todo o jogo e as vozes originais da série que dão corpo a toda a experiência, esta é uma obra que se destaca por fazer tudo muito bem, não se sentando à sombra de uma franquia que poderia perfeitamente vender alguns jogos sem empenhar tanto esforço para protagonizar uma obra claramente para um grupo etário específico. DC Super Hero Girls: Teen Power não está incólume a uma câmara que não ajuda no combate e a uma banda sonora que depressa se desgasta, mas não é isso que destrói a reputação das jovens defensoras do bem da DC.

DC Super Hero Girls: Teen Power assume de forma descomplexada que não será para todos, mas faz tudo o que pode para agradar a quem nutre simpatia por este universo feminino da DC Comics.


+ Bom equilíbrio entre missões e vida social das personagens
+ Visuais que fazem jus à série de animação
+As vozes originais marcam presença

– A câmara em muitos dos seus ângulos não ajuda
– A música torna-se repetitiva
– Apelativo a um público muito específico

N.R.: A análise a DC Super Hero Girls: Teen Power foi realizada numa Nintendo Switch com uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela Nintendo Portugal.