Golf Club Wasteland – Análise

Um jogo de golfe em 2D com história não parece ser uma receita para o sucesso, mas mesmo assim a Demagog Studio conseguiu com o seu projeto de estreia, Golf Club Wasteland, contar uma história interessante enquanto jogamos golfe em cenários variados. A sua narrativa retrata um possível futuro para os Humanos, mas também o que é ser Humano perante a situação em que estamos.

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Um futuro distópico

O contexto é simples, a humanidade conseguiu arruinar a Terra no futuro e os mais ricos conseguiram sobreviver e escaparam para Marte. Estabeleceram-se na cidade de Tesla e agora vão para a Terra apenas para jogar golfe para se divertirem no seu antigo mundo, aquele que destruíram. É um jogo que tem uma mensagem sobre quem pode contribuir para a ruína do nosso planeta enquanto mostra que essas mesmas pessoas serão as que poderão dar-se ao luxo de escapar quando o planeta ficar inabitável.

Em 35 buracos, num trajeto que conta a maior parte da história do que aconteceu podem crer que a dificuldade do jogo aumentará. Começa com níveis simples no sentido da esquerda para a direita com objetos no meio do mapa para bloquear a nossa bola. Mais perto do fim do jogo, já estamos a tentar acertar a bola entre plataformas suspensas no topo de um arranha-céus ou entre poças de ácido que se formam nos esgotos.

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O sistema de jogo, de como acertar na bola não é complicado e como os primeiros níveis são fáceis quase que contam como um tutorial. Apenas miramos com o analógico o ângulo e a força e vamos praticando as nossas melhores jogadas.

Cada um dos buracos tem um par a atingir, mas ao jogarmos em Story Mode, podemos dar-nos ao luxo de dar todas as pancadas necessárias para por a bola no buraco. O modo Challenge requere que façamos par em cada buraco, e um modo Iron Man é ainda mais desafiante.

Oceano Pacifico

Enquanto jogamos, nunca estamos totalmente sozinhos, graças à “Radio Nostalgia”, que está a tocar em Marte para o nosso relaxamento em campo. É como se o DJ fosse um companheiro de viagem e nos cativa com várias músicas, com enorme qualidade que nos faz sentir o ambiente que que nos querem transmitir. Entre essas músicas, o DJ passa entrevistas com pessoas que relembram os velhos tempos, especificamente durante os últimos anos antes de a Terra se tornar inabitável.

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Todas estas histórias são difíceis de ouvir, porque ninguém tem nada de bom a dizer sobre as suas condições de trabalho, vida doméstica ou do próprio planeta. Todas estas histórias são todas muito envolventes e é aqui que sentimos que é muito interessante a maneira que a narrativa é contada (para um jogo de golfe tão simples) e ajudam a expandir a visão de como a Terra era e as experiências que as pessoas tiveram antes do Apocalipse. Esta rádio como os diários que vamos colecionando, dão o toque especial de Golf Club Wasteland.

A par da história

Conforme vamos fazendo par no campo, desbloqueamos páginas de diário que expandem a nossa perspetiva do mundo e preenchem a história do nosso personagem. Ler estas páginas que têm frases como: “corporações compraram políticos, que compraram eleitores, que acreditaram na inevitabilidade da guerra”, mostram não só o tipo de pessoa que o nosso personagem é, mas também a motivação da equipa e no que se inspirou para o jogo.

Considerações finais

Podemos passar Golf Club Wasteland em 2/3 horas, e honestamente e pelo contexto do jogo num todo, é o ideal. O estilo de arte usado é simples é colorido para chamar a atenção para aspetos cruciais e arrasta-nos para o mundo, a rádio mantêm os nossos ouvidos atentos e entre as músicas, que são excelentes e o fantástico voice acting do locutor e dos podcasts faz com que o ambiente deste titulo seja bastante bom.

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A parte do jogo jogado, é desafiador o suficiente para nos manter ocupados e entretidos durante os 35 buracos. Golf Club Wasteland é uma mistura diferente de ideias e a Demagog Studios conseguiu algo muito especial num género que muitos nem lhe dariam uma chance.


+ Todo o ambiente criando em volta da história
+ A banda sonora e voice acting excelentes
+ A este preço é impossível não comprar e testar

– Alguns podem achar curto
– Nem sempre temos a melhor sensibilidade no analógico para mirar a nossa jogada

N.R.: A análise a Golf Club Wasteland foi realizada numa Nintendo Switch com acesso a uma cópia do jogo gentilmente cedida pela Untold Tales

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