Rise of the Ronin

Rise of the Ronin – Análise

O Japão é um daqueles locais que fascina muitos de nós. Muitos ficam fascinados pelos fantásticos anime e manga com todo o tipo de histórias. Outros adoram os seus jogos, com sistemas elaborados e horas de conteúdo. E temos ainda a sua componente cultural e histórica, envolvendo valores bastante vincados, jogos políticos complexos e guerreiros com feitos que, pertencendo à realidade, quase parecem ficção. Certamente muitos já se imaginaram como samurais, com as suas katanas, ou como um ninja a espiar os seus inimigos do meio das sombras.

Nos dias de hoje, não existe falta de recursos que nos permitam imaginar como seria viver como um desses guerreiros no Japão antigo. Tanto com livros, séries e, claro, videojogos. Um dos developers de referencia nesse tipo de jogos é a equipa do Team Ninja, que nos deram jogos desafiantes como o Nioh 2.

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Desta vez a Team Ninja pretende dar um título um pouco mais acessível mas também mais aberto que os projetos anteriores, com Rise of the Ronin, um jogo exclusivo para Playstation 5, que será lançado já no próximo dia 22 de março. Aqui iremos vivenciar um Japão do século XIX, numa das alturas mais importantes da sua história, controlando um solitário guerreiro a viajar pelas terras nipónicas.

Na terra do sol nascente

Rise of the Ronin é o mais recente título da Team Ninja, que irá apresentar um Japão numa das suas épocas mais importantes em termos históricos, sendo a época em que o Japão se dividia sobre a sua posição relativamente ao xogunato. Neste jogo teremos a possibilidade de viajar por três principais regiões do Japão, YokohamaEdo e Kyoto, explorando as regiões, completando missões e até tomando uma posição relativamente ao xogunato.

Ao contrário da norma, quando iniciamos a nossa aventura e entramos no criador de personagens, temos a possibilidade de criar dois personagens ao em vez de um. Estes dois personagens são chamados de Twin Blades, guerreiros japoneses que se especializam em combate de duplas. Neste momento temos um vasto conjunto de opções e tweeks possíveis, o que aumentará ainda mais o tempo despendido a criar a nossa dupla.


Teremos também a possibilidade de escolher a nossa especialização, o que nos dará um conjunto de habilidades iniciais e armas recomendadas de acordo com a nossa escolha. No entanto, esta escolha não é vinculativa dado que podemos sempre alterar o tipo de armas e as habilidades podem ser desbloqueadas de qualquer das formas. Poderá ser quase visto como uma forma de definir a dificuldade inicial, dado que existe a possibilidade de escolher uma origem onde não temos atribuída qualquer habilidade inicial.

Um mestre do combate!

A nível de combate, Rise of the Ronin encontra-se numa posição bastante interessante. Para aqueles já familiarizados com Nioh conseguirão identificar algumas semelhanças, no entanto bastante mais simplificado. Contudo, aqueles que não estão tão familiarizados com este tipo de combate poderão considerar que o seu nível de dificuldade poderá ser considerado um pouco elevado, podendo sentir a necessidade de ajustar um pouco a mesma, principalmente até se habituarem ao sistema.

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Além da barra de vida, o personagem tem uma barra de ki, um recurso que pode ser visto como stamina. Correr, defender ou usar ataques mais poderosos gastam esse ki, que ao fim de alguns segundos começa a regenerar. No entanto, caso fiquemos sem esse recurso, ficaremos sem nos conseguir mexer e estaremos totalmente abertos aos ataques devastadores dos inimigos.

Um dos pontos chave do combate é gerir o nosso ki, tentando reduzir ao máximo o dos nossos inimigos, para ser possível executar ataques críticos que irão reduzir a sua vida. Esta dança tem de ser feita com bastante precisão, tendo de se reconhecer os padrões de ataque dos inimigos e evitar contra-ataques.

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Para atingirmos esse objetivo, Rise of the Ronin coloca à nossa disponibilidade um vasto conjunto de armas, cada uma com as suas características. Desde a versátil katana, passando pela ágil lança ou, para quem preferir, poderá até usar os próprios punhos. Além das armas de combate, existem armas para atacar à distância, como o tradicional arco e flecha, revolver ou até um lança-chamas!


Inicialmente todas estas armas tem uma utilização bastante básica e semelhante entre si, usar um botão para atacar ou, combinando com R1, usar ataques mais poderosos. No entanto, com o avançar da história acabamos por desbloquear técnicas diferentes, que podem ser vistas como estilos de combate. O seu funcionamento é semelhante a um pedra-papel-tesoura, onde um certo estilo tem vantagem sobre outro, influenciando não só o dano mas também a capacidade de defender ou contra-atacar. E dado que os inimigos podem igualmente alternar entre estilos, é essencial ter a destreza de efetuar as alterações tanto de estilo como arma a fim de não perdermos a vantagem em combate.

Uma equipa de samurais

Temos a liberdade de, a qualquer altura, equipar duas armas de combate e duas armas de distância em qualquer altura. No entanto, durante o combate as nossas escolhas estão bloqueadas. Durante as missões principais temos uma camada extra de estratégia, dado que podemos ter até dois companheiros para realizar a missão. Esses dois companheiros podem ser controlados pelo jogador, sendo que passamos a ter acesso às suas combinações de armas também. Além disso, podemos usar essa possibilidade para aumentar a nossa estratégia e pressão contra o inimigo, onde podemos usar todo o ki de um personagem, trocando imediatamente para outro para manter a pressão sobre o inimigo, enquanto o anterior recupera.


Existe ainda a possibilidade de partilhar a experiência com companheiros na vida real, dado que é possível completar estas missões com até três jogadores. A única exigência é que os jogadores tenham acesso ao PS Plus.

Vou agora numa aventura! Olha, um gato!

Colocando agora o combate um pouco de lado, falemos sobre a exploração. Rise of the Ronin dá a possibilidade do jogador explorar o mapa ao seu gosto. implementando alguns sistemas que tentam manter a consistência da história. Os jogadores terão a possibilidade de visitar YokohamaEdo (antigo Tokyo) e Kyoto e, adicionalmente um conjunto de pequenas áreas associadas a cada uma dessas cidades. No entanto, não é possível explorar as cidades logo no início do jogo. Só após certa progressão na história é que existe a possibilidade de avançar e visitar a próxima região.

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Além dessa restrição, os eventos de cada região são só desbloqueados após se cumprir certas condições. Conforme vamos atingindo certos checkpoints novos tesouros, inimigos e missões vão aparecendo pelo mapa. Isto faz com que seja necessário revisitar certas áreas que inicialmente não tinham nada de especial mas agora são o local de um certo inimigo que nos permitirá desbloquear uma técnica nova para a nossa arma.


Mas o que me levaria a explorar um local pelo qual já passei? Ainda bem que perguntam. Todas estas atividades, como derrotar um fugitivo, tirar uma fotografia icónica ou, mais importante ainda, encontrar gatos, contam para o progresso dessa dita área. Com esse progresso, seremos capazes de desbloquear mais itens que nos irão ajudar na aventura e também desbloquear outras missões que poderão afetar o rumo da história.

Outra forma de garantir uma certa coerência em momentos chave é o facto de, durante certas missões, não teremos acesso ao mapa completo mas sim a uma sub-região. Este elemento faz com que não seja possível deixar uma missão crítica de salvamento a meio, para ir procurar uns gatos na cidade vizinha e regressar para terminar a missão. É um bom compromisso entre ter um mundo aberto e coerência de história.

Vamos refletir sobre isso

A história, baseada na real história do Japão da época, coloca-nos em certos momentos chave onde teremos de fazer escolhas. E, ao contrário de alguns jogos onde as escolhas são simplesmente respostas diferentes que os personagens dão, em Rise of the Ronin acabam por ter efetivamente impacto. Como exemplo, pelo início do jogo, é colocada a escolha de matar ou não matar um bandido que andava a atormentar a região. Independentemente da escolha que seja feita, a recompensa do momento é a mesma, dando a ideia de que a escolha é irrelevante. No entanto, caso o jogador poupe a vida, existe a possibilidade de encontrar esse personagem mais tarde o que poderá gerar uma aliança algo benéfica.

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Claro que, com grandes escolhas, surgem grandes dúvidas, e ficamos sempre a questionar se a opção tomada fará sentido e se será a que a maioria escolheu. Para esses jogadores, existe a possibilidade de um modo onde é apresentada a percentagem de jogadores que fez certa escolha. Dessa forma, podemos decidir se queremos seguir a maioria, assumindo que será a escolha mais acertada, ou se iremos querer explorar os caminhos por onde poucos andaram.


Mesmo assim, acredito que alguns não queiram ajuda e gostavam de explorar as diferentes opções sozinhos. Então, para esses (e mesmo para os completistas) existe uma outra opção, desbloqueada ao longo do jogo. Graças ao Testament of the Soul é possível refletir sobre as nossas opções, que é uma forma de dizer que temos a possibilidade de repetir missões passadas, efetuando outras escolhas e podendo escolher se queremos manter a nossa escolha atual ou não.

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A nível gráfico, Rise of the Ronin está novamente colocado numa posição complicada. Os gráficos do jogo não são, de qualquer forma maus. O estilo, juntamente com a paleta de cores escolhida, ajuda a criar o ambiente sério e pesado da história japonesa. No entanto, quando comparados com outros jogos de plataformas passadas e tendo em consideração que este é um jogo exclusivo de Playstation 5, poderia ser esperado um pouco mais. Dito isto, este jogo está longe de ser considerado um jogo com maus gráficos, sendo algo que irá afetar os jogadores mais exigentes.

Considerando a paleta escolhida, apesar de se enquadrar bem na temática que é passada no jogo, fazendo até lembrar fotografias do antigo Japão, poderão dificultar a visibilidade de jogadores com uma visão menos aprimorada. Este elemento não será problemático para a maioria dos jogadores e até não será notória em todos os momentos do jogo, mas é algo que poderá incomodar.

Considerações Finais

Para aqueles que esperam um sistema de combate bastante elaborado como acontecia noutros jogos da Team Ninja, não irá encontrar isso em Rise of the Ronin. No entanto, isso não invalida o desafio que este sistema é capaz de proporcionar, principalmente quando aumentada a dificuldade. Por outro lado, dado ser um sistema mais acessível, é a melhor forma de jogadores mais causais terem uma experiência em jogos mais exigentes e, quem sabe, até ganharem o gosto por este tipo de jogos.

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O mundo apresentado em Rise of the Ronin tem todo o espírito de uma antiga cidade japonesa, sendo um gosto de explorar, especialmente aqueles que já visitaram as antigas aldeias dos samurais e que reconhecerão imensas semelhanças. Com várias formas de viajar pelo mundo, seja a pé, cavalo ou mesmo usando um planador, procurar fugitivos, gatos e tesouros ao mesmo tempo que se explora o mapa é algo de uma satisfação imensa.


Graficamente poderia ser esperado um pouco mais, dada a sua exclusividade, mas isso não se torna impedimento para se conseguir desfrutar autenticamente do jogo. O jogo é fluído, os combates rápidos e frenéticos, principalmente com personagens de mais alto nível.

Rise of the Ronin leva-nos a um dos locais mais fascinantes do nosso planeta, onde seremos um guerreiro solitário a fazer o nosso caminho, criaremos várias alianças e faremos escolhas importantes para o desenrolar da história. Mesmo não sendo o próximo nível de dificuldade de títulos como Nioh, é um jogo que pode ser desfrutado por um maior leque de jogadores.

nota 4


+ Jogabilidade mais acessível de outros títulos da mesma equipa.
+ Muito para explorar.
+ Combate fluído e frenético.

– Jogabilidade poderá ser difícil para jogadores mais casuais.
– Gráficos poderiam ser melhores.
– Paleta de cores mais neutras.

N.R.: A análise a Rise of the Ronin foi realizada numa Playstation 5 com acesso a um cópia do jogo disponibilizada pela Playstation Portugal

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