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Análise MediEvil

Remakes de jogos favoritos que são lembrados com carinho têm sempre algo muito complicado a fazer, será que devem permanecer fiéis ao original ou fazer melhorias e mudanças para modernizar o design da velha escola?

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A resposta geralmente está algo no meio. MediEvil é o mais recente clássico da PlayStation One a ser trazido de volta à vida. O original de 21 anos de idade é um favorito dos fãs, até pelo burburinho que trouxe à comunidade desde que foi anunciado, mas definitivamente tem falhas, e algumas infelizmente persistem neste remake da PlayStation 4.

Ainda assim, o jogo tem o seu público por um motivo. Embora não sem os seus problemas, a assustadora aventura de 1998 é cheia de personalidade, e Sir Daniel Fortesque é um protagonista adorável e sem medo. Isso também faz parte das contas na altura de fazer o remake de MediEvil. A Other Ocean Emeryville, a produtora, recuperou a essência e a atmosfera, oferecendo um jogo que equilibra o horrível com o humor. Visualmente e na sua apresentação geral é naturalmente um enorme salto em frente. Ainda parece o velho MediEvil, mas o uso aprimorado da cor e um maravilhoso trabalho no ambiente à nossa volta fazem com que Gallowmere nunca tenha parecido melhor.

Mecânicas antigas, mas nostálgico

Sir Dan também parece bem para a idade dele, mas controlá-lo vai, certamente, transportar-nos no tempo… para 1998. Saltar as plataformas pode ser exigente devido aos seus movimentos algo rígidos, e o combate infelizmente não viu nenhuma evolução, continua como sempre foi, o que não é bom. No jogo da PlayStation One ainda se “perdoava”, mas lutar contra zombies e outras criaturas assustadoras à toa e de forma imprecisa é algo que não encaixa bem em 2019.

Tanto o ataque como a defesa são bastante básicos, pois para além de usar o escudo para bloquear, não há nada de mais. Já no ataque, usar projéteis acaba por ser um pouco frustrante, mesmo que tenhamos uma pequena ajuda de um “cursor” que vai marcando a mira nos inimigos. Juntando a estes problemas está a câmara. Embora tenha sido melhorada em algumas áreas do jogo, continuaremos a lutar regularmente pelo controlo da mesma, especialmente em espaços fechados.

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Em termos de conteúdo este remake acaba por ser isso mesmo, um remake, continuando a ser o mesmo que era em 1998… continuando a ser aventura que me lembro de antigamente:

Sir Dan é inadvertidamente reanimado quando o feiticeiro Zarok volta a causar estragos em Gallowmere. A história que vê o soldado, herói, mas primeiro a morrer na batalha, tentar honrar o seu nome, é simples, mas engraçada e algumas cutscenes e diálogos são bem escritos neste contexto, bem animados e contam alguma história que se desenrolou desde essa guerra, sempre com alguma piada. Enquanto alguns personagens ainda falam o seu diálogo original, outros tiveram direito a ouvir as suas vozes regravadas, incluindo o personagem principal. No entanto, esta não é a única mudança no áudio, a excelente partitura foi reproduzida desta vez por uma orquestra real, e os resultados falam por si.

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Aventura em Gallowmere

Cada um dos 20 níveis está aqui, cálices e tudo, permanecendo muito fiel, apesar da atualização cosmética. No entanto, algo de novo foi adicionado:  Lost Souls, uma linha de missões opcionais onde temos de descobrir ao longo da campanha principal. Uma vez ativada, a maioria dos níveis terá um fantasma escondido com algo inacabado, encarregando Sir Dan de missões simples em Gallowmere. Tentar colecionar todas as Lost Souls e cumprindo os seus pedidos darão uma nova razão para jogar de novo os níveis, prolongando a vida deste jogo.

Enquanto a jogabilidade pode ser um pouco complicada, encontrei muita coisa para me divertir neste caminho para a redenção de Sir Dan Fortesque. Os puzzles vão de bons a algo maus e algumas armas são muito mais úteis que outras não dando muito espaço para experimentação, mas quem gosta de jogos retro vai achar este um desafio refrescante nos dias de hoje. Hoje em dia quem manda são os grandes épicos de mundo aberto, mas há algo a ser dito para uma aventura direta como esta, palmilhando nível a nível sem grandes complicações.

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Por mais agradável que a experiência geral possa ser, ainda existem alguns pontos problemáticos nos próprios níveis. Saltos complicados e combinando isso com a perda de uma barra de vida completa se cairmos num fosso… Se não foi divertido no final dos anos 90, certamente não é hoje em dia.

Morrer quase sempre nos enviará de volta ao início do nível. As lutas contra os bosses não têm muito impacto, e os inimigos comuns gostam de nos perseguir até a exaustão, o que pode ser frustrante de lidar, dado o combate confuso. A cada passo positivo em frente, Sir Dan tropeça para trás, mas é difícil ficar chateado com seu sorriso sem mandíbula por muito tempo.

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Considerações finais

A nova versão de MediEvil para PlayStation 4 traz o clássico de volta à vida e é um remake extremamente fiel que os fãs vão adorar. No entanto, muitos dos problemas antigos também regressam, como uma câmara que nos dá luta e uma jogabilidade rígida.

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Os fãs de Sir Dan certamente, e rapidamente, perdoam e ultrapassam estes pequenos problemas, já que este é um remake sólido e cheio de personalidade. Se têm alguma nostalgia por este título retro da Sony ou estiverem à procura algo assustador, mas charmoso para jogar neste Halloween,MediEvil está melhor que nunca, mas continua com alguns esqueletos no armário.

MediEvil fica disponível para PlayStation 4 no dia 25 de outubro de 2019, bem a tempo do Halloween.

N.R.: A análise a MediEvil foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo antes do seu lançamento, copia gentilmente cedida pela PlayStation Portugal

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MediEvil - Um remake sólido e cheio de personalidade
Reader Rating1 Vote
Banda sonora orquestrada
Remake fidedigno ao original
Muita personalidade
A câmara pode ser terrível
Por vezes voltamos aos anos 90 nas mecânicas
Combate pode ser frustrante
3.5