blood and truth

À conversa com Iain Wright, Design Director de Blood & Truth

Ainda sem data de lançamento oficial Blood & Truth é o novo título dos criadores de London Heist. Para além disso, sendo um jogo para o headset PSVR, é também uma prova bem visível que a Sony PlayStation pretende continuar a apostar na tecnologia.

Pelo que conseguimos ver através de trailers de jogabilidade e também pela experiência na Lisboa Games Week, Blood & Truth é muito mais que uma pequena experiência VR, é um jogo onde a narrativa assume um papel muito importante. Segundo os criadores o título para os PSVR tem o que é preciso para deixar os jogadores agarrados ao headset, envolvidos na história de uma forma alucinante.

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Em Blood & Truth estamos na pele de Ryan Marks, um soldado das Forças Especiais que tenta salvar a sua família que está “nas mãos” de um poderoso gangster. Com o uso do PSVR e dos PS Move vamos ter acesso a combate com armas de fogo mas também combate corpo-a-corpo. Durante a narrativa vamos ainda descobrir segredos que nos vão ajudar a encontrar a salvar a família da nossa personagem.

Para além de conseguirmos perceber exatamente o que é que precisamos para ser um herói vamos ainda conseguir mudar o curso da história, os diálogos vão apresentar várias escolhas o que faz com que o destino da história possa ser diferente de jogador para jogador.

Durante a Lisboa Games Week, para além de experimentarmos Blood & Truth, tivemos a oportunidade de estar á conversa com Iain Wright. O Design Director de Blood & Truth  falou um pouco sobre o título mas também de toda a experiência que tem vivido a trabalhar com os PSVR no London Studio.

 

Future Behind (FB): Primeiro dia de Lisboa Games Week, está a gostar da experiencia?

Iain Wright (IW): É fantástico, o espaço é enorme e está cá muita gente, especialmente para uma terça feira. Já me disseram que sábado vai ser o dia com mais gente… infelizmente vou embora esta noite.

FB: O Iain foi uma das primeiras pessoas a trabalhar no desenvolvimento de software para o ecossistema PSVR, como é que se sentiu?

IW: Foi uma verdadeira honra, um privilégio. Penso que a Sony esta muito forte na realidade virtual (VR), já desenvolvem jogos há muito tempo e a VR é o grande reboot que a indústria gaming teve, a forma como imerge os jogadores… é fantástico.

FB: Quando a Sony meteu em cima da mesa a criação de uma experiência como o London Heist? Como é que se sentiu? Sabia que iria ser apenas uma experiência ou tinha em mente o desenvolvimento de um jogo completo?

IW: VR worlds foi um espécie de showcase para o ecossistema, a Sony sabia que queria fazer VR, os PSVR estavam para chegar ao mercado e ali tínhamos a possibilidade de mostrar o que podia ser feito. Uma das experiências que nos divertimos bastante a fazer, e o feedback foi ótimo, foi London Heist… tinha drama e acção. Por isso quando tivemos a possibilidade de expandir o que tinha sido feito fomos para a frente, havia muita coisa que queríamos ter feito em London Heist mas não havia tempo, agora pegamos nisso tudo e metemos em Blood & Truth.

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FB: A narrativa parece ser algo importante em  Blood & Truth…

IW: Começou em London Heist, a cena no pub quando falamos com o gangster… parece que estás mesmo lá. Queremos expandir essa sensação de imersão para Blood & Truth, a história do jogo é muito importante para o desenrolar da experiência, para dar ao jogador aquele ritmo… Não vai ser apenas accao, temos personagens muitos boas e um script ao formato de hollywood. De facto, tivemos ajuda de um consultor de hollywood que trabalhou em Senhor dos Anéis e Forrest Gump, muito experiente… para ter a certeza que a história tem de facto qualidade. É uma parte muito importante do jogo.

FB: Vai Blood & Truth seguir a mesma linha “cockney gangster” London Heist ou será algo diferente?

IW: London Heist foi quase como a nossa carta de amor aos filmes de Guy Ritchie. Blood & Truth passa-se em Londres, bem o nosso estúdio é em Soho bem no centro da cidade, e sem querer estragar a experiência a ninguém posso dizer que sim, vai expandir-se através da mesma vibe de London Heist mas é uma experiência muito mais longa, mais rica que London Heist.

FB: Podemos considerar o Blood & Truth como sendo um AAA de Realidade Virtual?

IW: Isso era mesmo o que queríamos fazer de raiz. Um verdadeiro AAA em realidade virtual. E isso faz com que tenhamos uma grande produção por detrás deste título, grandes atores e um guião muito bom. Meter tudo isto junto, tem sido muito entusiasmante.

FB: Sendo um jogo com uma maior dimensão, não podemos deixar de perguntar, e a “motion sickness”? Como é que lidaram com isso num jogo tão grande?

IW: Obviamente sendo parte de uma marca como a Sony PlayStation, e muito importante para nós que as pessoas se sintam confortáveis a jogar os nossos títulos. Somos sortudos, porque já fazemos VR há muito tempo, podemos experimentar as coisas desde o início, perceber como funcionam e há certas coisas que já sabemos que em VR não devem ser feitas.

Queremos que toda a gente tenha a possibilidade de jogar Blood & Truth, no início do jogo perguntamos se são novos em VR e temos várias opções que podem ser alteradas para estar mais confortável, mas como um todo este é um título bastante confortável de se jogar. É muito intuitivo, o sistema de movimentos é muito bom… tentamos minimizar o desconforto. Uma das coisas que tentamos fazer, para minimizar o desconforto em usar o headset por longos períodos de tempo foi adicionar, de 25 em 5 minutos, momentos no jogo que funcionam muito bem para fazer uma pausa… quase como se fosse uma série e estivessem a passar para o próximo episódio.  

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FB: Em VR é fácil de perder a atencao e nao seguir completamente a narrativa do jogo, ficamos cansados.

IW: Uma das melhores coisas em realidade virtual é o facto de nos dar a oportunidade de imergir o jogador a um nível fantástico. Sendo um ambiente cansativo temos que ter cuidado, não podemos distrair o jogador, não podemos colocar coisas a mais numa cena. Penso que tivemos muita sorte, falando novamente em VR Worlds, tivemos a oportunidade de testar muita coisa, muitos tipos de experiências… saber o que funciona e o que não funciona. Essa experiência ajudou-nos no desenvolvimento de Blood & Truth.

FB: E qual é o próximo passo? Continuar em VR ou experimentar algo novo?

IW: Continuar em VR, sem dúvida. Quando começamos a desenvolver Blood & truth tivemos tantas ideias, um dos grandes desafios foi mesmo escolher que ideias usar… havia tanta coisa boa que podíamos usar. Com tanta ideia boa que tivemos, caso seja do nosso interesse, podemos continuar a desenvolver este jogo nos próximos 10 anos. E ter uma empresa como a Sony a apoiar-nos é muito importante, acreditam (tal como nós) verdadeiramente na Realidade Virtual. Queremos ser o estúdio de topo para jogos AAA em realidade virtual… tivemos um bom avanço (risos).

FB: Como é que foram as primeiras experiências em VR, quando receberam o protótipo dos PSVR?

Foi fantástico, termos que nos adaptar… A Sony é uma empresa com uma grande história na construção de hardware e o headset está muito bem construído. Lembro-me de uma experiência em London Heist em que uma das personagens nos dá um telefone e temos que pegar nele… quando peguei no telefone, encostei-o ao meu ouvido e a personagem começou a falar ao telefone pensei para mim “Isto é o futuro”.

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Isto é o futuro, ainda há muito por desenvolver em Realidade Virtual. Ficamos à espera que num futuro próximo podermos experimentar a experiência completa que Blood & Truth tem para oferecer. A Sony PlayStation com os seus PSVR foi capaz de disponibilizar a realidade virtual  de topo a muitos utilizadores, não só pelo ecossistema gaming e pela base de cliente que já tinha em sua posse mas também por ter criado um headset acessível quando comparado com os outros dispositivos de topo que temos no mercado.