Nest

A temperatura na Google está a subir e já cheira a fumo

Parece que há um pequeno ‘incêndio’ no departamento da Internet das Coisas da Google. Pelo menos na divisão da Nest.

Em fevereiro de 2014 a gigante dos motores de busca investiu 3,2 mil milhões de dólares na Nest, uma empresa que estava a dar nas vistas graças ao seu termostato inteligente. A quantia choruda de dinheiro desembolsada na altura foi vista como um sinal maior, uma vontade que a Google teria em afirmar-se na chamada Internet das Coisas, um cenário onde os gadgets estão todos online e comunicam entre si.




Dois anos depois há sinais claros de que algo não vai bem para os lados de Mountain View. Primeiro surgiu um relato do The Information a dar conta da luta que o líder da Nest, Tony Fadell, estava a ter para conseguir construir a sua empresa. É que desde que colocou pé na Google foi cobiçado para outras tarefas, como chefiar o redesenho dos Google Glass.

Resultado: Tony Fadell, mais conhecido por ser o pai do iPod da Apple, tem na gaveta dois projetos que não conseguiu fazer evoluir. Além do termostato, a Nest tem no seu portfólio detetores de incêndio inteligentes e uma câmara de vigilância. Mas pouco mais conseguiu fazer do que isso nestes dois últimos anos. E por isso é que cheira a fumo.

A publicação Re/code avançou depois com duas informações pertinentes: uma a dizer que em 2015 a subsidiária da Google faturou 340 milhões de dólares – o equivalente a 10,6% do valor que a gigante norte-americana investiu em 2014.

Para uma tecnológica do campo da IoT, a Nest ter faturado o que faturou é um valor de respeito. A grande questão está relacionada com o facto de a atual Google ser diferente. Na prática a Nest já nem pertence à Google – as duas tecnológicas fazem parte da empresa-mãe Alphabet que foi formada no ano passado.

A Alphabet foi criada justamente para endereçar a preocupação dos investidores sobre os muitos projetos – alguns lunáticos – da Google. A Alphabet já disse inclusive que o objetivo é que cada empresa seja rentável – e segundo estes padrões a Nest pode estar em maus lençois.

O acordo entre a Nest e a Google também previa que a gigante da Internet continuasse a investir no desenvolvimento de novos produtos e impedisse a saída dos executivos de topo que estavam a trabalhar na empresa de gadgets inteligentes.

Entretanto, mais uma machadada: o diretor de desenho de hardware e engenharia da Nest, Shige Honjo, estará de saída no final de maio, como escreve o Re/code.

As três empresas – Alphabet, Google e Nest – não comentaram oficialmente os relatos feitos na imprensa especializada, mas já lá diz o ditado: onde há fumo, há fogo. Resta saber se os termostatos inteligentes já conseguiram detetar esta anomalia.