Mario Kart é mais uma série, como todas as principais da Nintendo que tenho muito carinho e história, ao ponto de chegar a organizar torneios com os jogos de SNES, Nintendo 64 e Gamecube para se tirar a limpo quem era o melhor com Mario e companhia. Ultimamente tínhamos Mario Kart 8 para matar o vício, mas ao fim de tantos anos com a sua versão deluxe para a Switch, a Nintendo decidiu lançar um novo jogo com o lançamento da Switch 2.
Mario Kart World é uma reinvenção da série, que vai muito além de um simples pacote de novas pistas e personagens.
O mundo aberto
A mudança mais significativa em Mario Kart World é a claramente a sua estrutura de mundo aberto. A série abandona os menus tradicionais e os Grand Prix lineares, e convida os jogadores a explorar a todo este mapa. Este vasto hub central é mais do que um simples ponto de encontro, é um parque de diversões gigante, onde as corridas e desafios estão integrados na paisagem. Esta abordagem, traz uma sensação de liberdade e aventura que nunca existiu num jogo Mario Kart.
No modo free roam, podemos conduzir o seu kart pelas mais diversas paisagens e localizações, desde cidades movimentadas a montanhas cheias de neve e praias tropicais. Este modo não se limita a ser um mero passeio, pois está recheado de segredos, atalhos e missões opcionais. No entanto, apesar de ser um conceito promissor, o mundo aberto poderia ter mais profundidade e as missões poderiam ser mais recompensadoras a longo prazo. Por vezes depois de umas corridas entro neste modo para tentar apanhar as moedas da Peach e fazer os desafios de cada zona que poem à prova a nossa habilidade com um kart e as novas mecânicas deste jogo.
Mas apesar da mudança, o modo free roam é desinspirado e despido de conteúdo. Poderia ter mais objetivos ou um modo de ganhar xp a fazer manobras especiais ou truques, para nos manter agarrados ao mundo aberto, promovendo a exploração.


Jogabilidade e inovação
A jogabilidade é o ponto alto do jogo, como sempre foi nesta série. A condução é a familiar mistura de acessibilidade e técnica que os fãs adoram, mas foi melhorada com novas mecânicas. A capacidade de deslizar em corrimãos, correr nas paredes e usar saltos (um novo movimento que podemos carregar para aceder a novas superfícies) para aceder a atalhos adiciona uma nova camada de estratégia e profundidade. Para mim, que adoro Mario Kart principalmente com o meu sobrinho e amigos, estas novas mecânicas não encaixam muito bem no espírito da série, mas a verdade é que a Nintendo introduz sempre algo novo nos seus jogos. Raramente vi alguém, até no multijogador, a usar estas técnicas que só as vejo em vídeos nas redes sociais. Atalhos sim, todos usamos, mas saltar de um corrimão para uma parede, fazer um grind no topo da ponte e voltar para a pista, é algo que um jogador normal não faz para ganhar uma corrida. No free roam sim, é divertido tentar fazer esses truques, mas em corrida, estou demasiado focado na condução e manuseamento dos itens.
O número de participantes nas corridas foi aumentado para 24 jogadores, o que leva a um caos controlado e a uma experiência muito mais frenética. Embora isto aumente a imprevisibilidade de cada corrida, a sorte nos itens pode ser madrasta, e pode frustrar os jogadores mais competitivos. Facilmente vamos de controlar a corrida desde o início a levar com vários itens de seguida e ficar em último.
O novo modo Knockout Tour é a melhor adição ao jogo. Neste modo, os últimos colocados em cada volta são eliminados, o que torna as corridas mais tensas e estratégicas à medida que o número de participantes diminui. Tem sido 90% das minhas escolhas cada vez que jogo e no multijogador é o caos completo. Um battle royale de condução é algo que não apontava a Mario Kart World.
Um mundo de fantasia
Como um título de lançamento para a Nintendo Switch 2, Mario Kart World é um exemplo impressionante das capacidades da nova consola. Os gráficos são deslumbrantes, com cores vibrantes, excelentes animações e um nível de detalhe ao nível da Nintendo, que faz com que cada pista pareça saído de um filme de animação. O jogo corre a uns sólidos 60 fps, o que garante uma experiência fluida tanto no modo de TV (com suporte até 4K) como no modo portátil (a 1080p).
A nível sonoro, a banda sonora é das melhores que já ouvimos num jogo da Nintendo, com centenas de composições em diversos estilos musicais que prestam um tributo à série e à história da Nintendo. Existem temas novos, mas também arranjos e remisturas de músicas antigas.
Considerações finais
Apesar de ser um jogo fantástico, Mario Kart World não está isento de críticas. A falta de conteúdo a longo prazo no modo free roam, a ausência de alguns modos de jogo clássicos do Mario Kart 8 Deluxe no modo batalha e o facto de algumas pistas serem limitadas a apenas uma volta.
O sistema de desbloqueio de personagens, que agora utiliza uma mecânica de itens (em certos pontos da pista, há comida para apanhar e assim dá-nos novas skins) em vez de ser por terminar as taças e torneios, é diferente do que estamos habituados e antes obrigava-nos a terminar tudo em primeiro lugar para conquistar esses colecionáveis.
Mario Kart World é um excelente título de lançamento para a Nintendo Switch 2. É um jogo que arrisca, reinventa a fórmula clássica e, na maior parte das vezes, tem sucesso. A sua base é sólida e o jogo tem potencial para ser expandido e melhorado com futuras atualizações de conteúdo. É uma compra obrigatória para qualquer fã da série e um dos melhores títulos para iniciar a nova geração de consolas da Nintendo.


