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Análise Call of Duty: Modern Warfare

Call of Duty nunca teve medo de gerar controvérsias. De muitas maneiras, tem sido uma componente integrante do design da série desde o seu início, já que a Infinity Ward sempre tratou a franquia com uma visão cinemática da guerra muito própria. Call of Duty: Modern Warfare leva esse enquadramento narrativo para o próximo nível.

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A Infinity Ward decidiu criar uma campanha que pudesse “refletir o mundo em que vivemos” e sem dúvida, conseguiu montar um jogo de ação com sucesso, diferente de qualquer outro. No geral, é uma experiência bem elaborada e com excelente execução. É um ataque visual e auditivo abrangente aos sentidos, que de alguma forma encontra espaço suficiente para permitir que respiremos entre cada missão e também para que consigamos analisar tudo o que acabámos de ver e ouvir.

Ao longo de oito horas, a campanha de Modern Warfare coloca-nos no centro de uma guerra civil num país fictício do Médio Oriente chamado Urzikstan, com pequenas passagens por outros territórios. É uma demonstração eficaz do que Call of Duty é capaz quando realmente se foca na sua ação e investe na narrativa do soldado solitário.

Para isso, precisamos de lutar com unhas e dentes para reivindicar cada metro de território, enquanto os inimigos progridem também em telhados e ruas em ruínas. Em Modern Warfare lutamos continuamente por cobertura e por progressão.

A guerra nas nossas mãos

As armas são pesadas, poderosas, e realmente sentimos quando as balas saem da câmara e começam a perfurar os inimigos e tudo que nos rodeia indiscriminadamente. Visualmente, é uma verdadeira conquista e no segmento do áudio, não há mais nada por aí, combinando estes elementos de uma forma espetacular. Espaços tensos em corredores apertados, vistos através da nossa visão noturna ou através das nossas miras, introduzem o suspense narrativo sem grande esforço, resultando na nossa completa imersão. Há missões que são calmas e claustrofóbicas, com o silêncio apenas ocasionalmente quebrado por tiros controlados e sussurros ofegantes. Este titulo destaca-se nessas áreas, e é difícil não sentir uma sensação avassaladora de tensão sobre o jogador nessas missões, graças à apresentação quase foto realista e ao enquadramento de alto risco do objetivo em questão.
O jogo também se sai muito bem nos seus espaços mais amplos, onde a propensão da Infinity Ward para o design de níveis ousados, ação com um guião rígido, mas que nos coloca no meio de atos macabros e de momentos marcantes da luta em mãos.

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Grande parte de Modern Warfare pode ser descrita exatamente assim, que dispara em todos os cilindros. É um shooter divertido e frenético que oferece tudo que queremos neste tipo de aventura. Uma campanha bem escrita, com variedade de missões (uma ou outra aborrecida, mas é algo que contribui para o entendimento da narrativa), que nos põe nas botas de vários personagens e nos conta a visão de cada um nesta trama. De destacar os atores de voz do jogo, sendo que o personagem de Price está fenomenal em todas as missões.

Call of Duty: Modern Warfare quer que acreditemos que é uma representação autêntica e realista de conflitos contemporâneos, um reflexo do mundo como é hoje. Quando palavras como “realista” e “autêntico” são lançadas, é a Infinity Ward a sugerir que a guerra moderna é um reflexo do tempo em que estamos. É das melhores campanhas em muitos anos, em que toda a história que nos apresenta é impactante até ao fim.

 

Multijogador frenético como sempre

Como andar aos tiros é tão essencial na componente multijogador, tem de estar impressionante. As armas precisam de parecer pesadas, precisam de oferecer a quantidade certa de recoil, e assim por diante, porque, caso contrário, o multijogador perde o seu principio. Na maioria das vezes, a Infinity Ward tem um arsenal de armas de eleição, todas as armas dão uma sensação real, e o design de som deste ano foi intensificado, chegando a níveis quase do tipo Battlefield. Há algum recuo sério em algumas armas que precisamos aprender a controlar, sendo que temos melhoramentos que podemos fazer para controlar vários aspetos da jogabilidade do armamento.

Enquanto os jogos anteriores permitem modificações nas armas com um número específico de acessórios, Modern Warfare supera tudo isso com o Gunsmith. Em qualquer arma, podemos ter até cinco acessórios, desde o cano até a pega traseira, e até um perk específico. Existem nove categorias no total, dependendo da arma e cada slot tem várias opções. Por exemplo, podemos escolher entre umas vinte óticas e acessórios na M4A1, o que significa que podemos ajustar todos os aspetos da melhor maneira

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São estes tipos de melhorias nos principais conceitos de Call of Duty que mostram exatamente porque é que a franquia Modern Warfare foi repensada e reformulada. Desta vez, o realismo é o objetivo, e é claro que a playlist “Realism” é como o jogo deveria ser originalmente jogado.

O modo Realism é das melhores adições no multijogador. Esta playlist elimina todos os elementos do HUD, exceto os indicadores acima da cabeça dos colegas de equipa, e realmente parece realista. É claramente a experiência que a Infinity Ward tentou trabalhar mais, porque parece natural. Algo nos clica ao jogar neste modo, mas há pode não ser muito divertido para quem está habituado ao ritmo frenético do multijogador Call of Duty. Não ter ideia de onde estão os inimigos, sem feedback de impacto e, o pior de tudo, nenhum radar (apenas só aparece quando lançamos o nosso perk de UAV) significa que a jogabilidade é muito mais lenta do que qualquer Call of Duty até hoje. Vamos encontrar muitos campers e armas silenciadas, mas é um modo realmente diferente e temos de estar sempre alerta. Jogar com headset é obrigatório para ouvir os passos dos colegas e inimigos.

A experiência nas playlists principais deixa muito a desejar. Os novos mapas não são dos melhores que já vimos, pelo contrário e a franquia sempre nos habituou a uma lista que havia sempre três ou quatro preferidos. Alguns mapas se destacam pela diferença, pelo bom e mau. Piccadilly, apesar de ser uma recriação fiel do local em Londres, tem uma série de autocarros e áreas de jogo com formas estranhas que tornam este mapa um pesadelo. Fácil para campistas e ao mesmo tempo close quarters, torna-se complicado de gerir loadouts e abordar o mapa. Mas temos de o aprender e saber onde são os respawns, um dos principais problemas do multijogador de Call of Duty.

Special Ops 3

Outro exemplo é a Caverna Azhir, mas por razões ligeiramente diferentes. Olhar para dentro da enorme caverna que ocupa metade do mapa do lado de fora é quase impossível por causa da iluminação, mas se estivermos dentro da caverna e a olhar para fora, temos uma visão perfeita dos arredores. Encontramos o mesmo problema noutros mapas ao entrar em edifícios em que cá fora é muito mais iluminado. Devido a estas pequenas nuances juntando aos respawns que por vezes são ridículos, faz parecer que algumas mortes são completamente injustas e inevitáveis.

O conjunto de mapas é limitado, geralmente jogamos os mesmos três ou quatro com frequência se permanecermos no mesmo modo. Porém, graças à próxima temporada de mapas DLC gratuitos, esperamos que a Infinity Ward volte à fórmula que nos forneceu tantos mapas incríveis no passado.
Num esforço para se ter com mais oferta, temos um modo Ground War que não é mais 9v9. Em vez disso, temos um 32 x 32, o maior modo em Modern Warfare. Enormes mapas com tanques, helicópteros, a capacidade de respawn junto dos nossos camaradas de guerra e muito mais. É familiar porque é essencialmente Battlefield, menos os mapas destruíveis. É divertido pela variedade e veículos, também pelos clássicos killstreaks, o resultado é uma experiência positiva, pelo pandemónio que se pode criar. Pode não ser tão épico como em Battlefield, mas é um modo que de certa forma fazia falta, nem que fosse para testar novas águas junto dos fãs.

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No outro extremo está Gunfight, um modo de 2v2 de uma vida por ronda, com pequenos mapas e nenhum lugar para acampar. Temos o mesmo loadout que os inimigos, que troca de duas em duas rondas e são seis rondas para vencer. Frenético e de ritmo acelerado, em que falar é fundamental, já que é tudo muito tenso, não recuperamos vida durante a ronda e temos de combinar a nossa agressividade com cautela para não sermos surpreendidos.
Fora o modo Domination e Headquarters, não há muito mais a explorar. A Infinity Ward teve a oportunidade de inventar alguns novos modos ou talvez revisitar alguns esquecidos, como Demolition ou Sabotage, mas o único novo modo que agita as coisas é o Cyber Attack. Imaginemos Search and Destroy, mas ambas as equipas lutam por uma bomba no meio do mapa e quando morremos, uma contagem regressiva de dois minutos começa dando aos nossos colegas tempo para nos trazer de volta à vida. É um modo que também é mais tático e que cria alguma tensão, sem ser sempre correr e atirar.

Pequenas inovações como estas podem fazer do multijogador de Modern Warfare dos melhores shooter em primeira pessoa online nesta década, porque é realmente um jogo que a jogabilidade é excelente, muito sólido, mas existem pequenos problemas que podem ser limados entretanto.

Considerações finais

Call of Duty: Modern Warfare original saiu em 2007 e foi uma lufada de ar fresco no género tanto em como a campanha se apresentava, bem como o multijogador desafiante com mapas que ainda hoje nos lembramos de jogar. Foi revolucionário na altura e a mais recente iteração pode não apresentar grande revolução, mas mostra evolução.

A franquia precisava deste título mais que se possa pensar, voltar ao crú da guerra moderna, a guerra política. Francamente melhora todos os aspetos dos jogos anteriores e o multijogador pode ter algumas falhas, mais o fraco leque de mapas que outra coisa, mas a jogabilidade e opções de loadout que são mais que muitas, tornam este titulo muito forte.

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Call of Duty: Modern Warfare já se encontra disponível para PlayStation 4, Xbox One e Windows PC suportando, pela primeira vez, cross-play. Significando isto, que a comunidade Call of Duty está realmente junta pela primeira vez, já que jogadores PC podem jogar com jogadores de consola e vice-versa.

N.R.: A análise a Call of Duty: Modern Warfare foi realizada numa PlayStation 4 com acesso a uma cópia do jogo, gentilmente cedida pela PlayStation Portugal

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Call of Duty: Modern Warfare - Impactante no seu todo
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Campanha que nos agarra até ao fim
Jogabilidade sólida e imaculada
Modo Realism no multijogador
Mapas fracos
Respawns mal calculados
4.5