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Análise Unravel Two – Nintendo Switch

Artigo realizado em parceria com o site português Meus Jogos

Publicado pela EA em inícios de 2016, Unravel apresentou ao mundo o seu protagonista Yarny, uma pequena criatura de lã capaz de utilizar o seu próprio fio para se deslocar, num criativo jogo de plataformas com uma estética realista. Tendo sido bem recebido tanto pelos jogadores como pela crítica, revelou-se uma aposta de sucesso e mereceu uma sequela em 2018, cuja adaptação para a Nintendo Switch chegou agora ao mercado.

Unravel Two oferece uma grande mudança em relação ao primeiro título, pela possibilidade de ser jogado tanto a solo como por dois jogadores em modo cooperativo local. Em vez de um Yarny, há agora dois personagens de lã cujos fios são interligados. Juntos, terão de enfrentar múltiplos desafios numa misteriosa ilha acerca da qual nada será dito, mas muito será mostrado.

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Tal como no jogo anterior, a história vai sendo subtilmente apresentada no ecrã sem qualquer texto ou explicação, ficando a cargo do jogador a interpretação que quiser dar. Em traços gerais, a jornada dos dois “yarnys” acompanha a de dois jovens através de situações difíceis, numa pequena ilha que sofre as consequências da industrialização, ao longo de sete níveis onde são contados diferentes episódios da vida dos jovens e da ilha em si.

Ao contrário do que é uma tendência em jogos de plataformas, aqui os níveis são bastante extensos, ao ponto de o jogo premiar com medalhas de desempenho quem os consegue passar em menos de um certo tempo, geralmente entre os 10 e 15 minutos. O normal será demorar bastante mais do que isso. Entre as sequências de plataformas e paragens para resolver puzzles, os níveis contam também com várias secções sem qualquer dificuldade, permitindo ao jogador apreciar os cenários, apresentados num belíssimo estilo realista.

Graficamente, a versão para a Nintendo Switch é uma boa adaptação do que se pode ver nas outras consolas e no PC, considerando as suas limitações especialmente em modo portátil. Há um compromisso estético, sim, mas o jogo continua bastante bonito e com uma óptima fluidez. Já em modo TV é possível escolher entre dar prioridade aos visuais ou performance, mas mesmo optando pelos visuais são poucos os momentos em que se torna perceptível alguma quebra de fluidez que, mesmo assim, não chega a afetar a jogabilidade.

A jogabilidade, no entanto, consegue ser o calcanhar de aquiles do jogo. Não que haja um problema concreto com os controlos, além de serem ligeiramente “frouxos”, mas o design dos níveis parece não ter levado isso em conta. Sendo um jogo de plataformas pensado para dois jogadores, parece não ter considerado a possível diferença de habilidades entre as duas pessoas que estejam a jogar. Muitas das sequências de plataformas são muito mais facilmente jogadas por apenas um jogador, recorrendo à funcionalidade de um yarny segurar o outro. Já as sequências de puzzle funcionam bastante melhor a dois, com cada jogador a resolver parte do problema, do que com apenas um jogador a alternar entre personagens.

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Ainda neste contexto, além dos sete níveis principais de jogo, existem outros 20 pequenos níveis de desafios de plataformas que exigem tanto de timing como precisão nos movimentos, revelando-se bastante difíceis muito pelo facto dos controlos serem algo frouxos, como acima referido. Jogá-los a dois só torna a experiência ainda mais penosa e frustrante.

Ironicamente, algo que não ajuda à experiência de jogo é o realismo dos visuais. O problema é mais relacionado com o design dos níveis do que com a estética em si, mas há múltiplas situações ao longo do jogo onde uma plataforma não o parece ser e vice-versa. Para um jogo de plataformas 2D, é estranhamente difícil distinguir o que está no mesmo nível de profundidade que as personagens, daquilo que está um pouco mais à frente ou mais ao fundo. Isto justifica a necessidade que os criadores do jogo sentiram em utilizar uma pequena luz que se vai deslocando à frente dos jogadores, de forma a salientar o caminho e em que locais se pode ou deve saltar.NSwitch UnravelTwo 01

Por tudo isto, o jogo acaba por funcionar melhor enquanto experiência interativa do que como um jogo de plataformas. A experiência em si é belíssima, com cenários envolventes e temáticas capazes de deixar o jogador a pensar no que está a ver, tudo acompanhado por uma excelente banda sonora que fica no ouvido mesmo quando já não se está a jogar e, felizmente, pode também ser ouvida no Spotify – https://open.spotify.com/album/0b86d8bwDsAlT8ucnsTkCN?si=nvKEZwj1TOysXS_m9lMFmw

Com apenas 7 níveis principais, Unravel Two é um jogo algo curto e com alguns problemas de game design, mas mesmo assim oferece uma boa experiência para um ou dois jogadores. Um interessante cruzamento entre o género de plataformas e outras histórias interativas como Journey ou Firewatch.

N.R.: A análise a Unravel Two foi realizada com acesso a uma chave para o título gentilmente cedida pela EA Portugal

Unravel Two
Reader Rating5 Votes
7.2
Excelente banda sonora
Gráficos realistas
Puzzles interessantes
Controlos um pouco frouxos
Jogo bastante curto
Nem sempre é bom para jogar a dois
7
EM 10