landing jobs festival

‘Chega para trás, esse informático é meu!’

EPSON MFP image

Parabéns. Se conseguiu resolver o enigma que está na imagem então tem uma hipótese de vir a integrar a empresa Premium Minds. Se não percebe sequer muito bem o que está escrito no desafio não faz mal pois foi pensado para programadores e informáticos.

A Premium Minds é uma de dezenas de empresas que estão no Landing.jobs Festival, uma feira de emprego tecnológico que está a decorrer em Lisboa na marina do Parque das Nações. Foi a primeira vez que a empresa veio a um evento do género pois sente que “está a tornar-se difícil recrutar em Portugal, há muitas equipas estrangeiras de desenvolvimento que vêm para cá”, explicou ao FUTURE BEHIND o responsável de desenvolvimento organizacional, Rodrigo Dias.

Estão no festival à procura de software engineers e de administradores de sistemas. Até ao final do dia de hoje querem levar consigo “mais do que um profissional e menos do que dez”. O recrutamento não se pauta apenas pela necessidade de preencher vagas, a empresa procura “bons profissionais” e que apresentem motivação para trabalhar.

Já a Trivago diz que se conseguisse contratar dois ou três profissionais de tecnologias da informação durante o evento organizado pela startup portuguesa Landing.jobs – que gere uma plataforma de recrutamento totalmente dedicada aos profissionais de TI – então sairiam satisfeitos do evento.

Glenn Ulrich, da equipa de recrutamento da Trivago, veio à procura de data scientists, software developers e também de pessoas versadas na linguagem de programação PHP.

A empresa está neste momento a viver uma fase tão positiva que na prática está à procura de profissionais de áreas que vão além da informática e da engenharia. “Gotta catch’em all”, disse Glenn a propósito do momento de recrutamento que o motor de pesquisa da área do turismo está a atravessar.

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Sky, Blip, Hitachi, Seedrs, Aptoide, Marfeel, Uniplaces, Signicat e Tekever são mais alguns exemplos de empresas que marcam presença no evento

Falámos também com a The Mobility House, uma empresa alemã que está a trabalhar na área das soluções de carregamento e armazenamento de energia elétrica. “Estamos mesmo a contribuir para a sociedade”, disse o diretor de tecnologia, Andreas Lahr.

A TMH já é parceira da Landing.jobs e já recrutou através da sua plataforma, o que ajuda a explicar o interesse no evento. Mas a tecnológica quer aumentar as suas fileiras com mais nove pessoas e o mercado português tem profissionais que interessam.

“Queremos pessoas que percebam de microservidores, de engenharia e que já tenham alguns anos de sangue, suor e lágrimas”. Andreas Lahr diz que tem tido alguma dificuldade em aumentar a equipa, mas não é por isso que baixa os níveis de exigência: além de profissionais seniores, procuram candidatos que tenham iniciativa e consigam propor novas ideias. As ofertas de emprego são para a Alemanha onde os níveis de ordenados são mais convidativos, mas a TMH não descarta a hipótese de um dia vir a ter centros de desenvolvimento noutros países. Lisboa? Porque não?



Se por outro lado serviços de investigação on demand, aplicações móveis ou visão por computador são os temas que domina então uma das empresas que vai querer contactar é a portuguesa Eyenov.

Podemos já revelar como é feito parte do recrutamento: depois de passar a fase das entrevistas vai, juntamente com os outros candidatos, jantar e para uma noite de copos com os atuais elementos da Eyenov. Isto acontece pois para o diretor de operações da empresa, João Fontinhas, 70% do recrutamento são habilidades técnicas, os restantes 30% devem ser preenchidos na área da interação social e de boa integração com a equipa.

O COO considerou que o festival está a ser “bastante produtivo” e que já estabeleceram contacto com alguns potenciais candidatos. O objetivo é aumentar a equipa com mais três pessoas e depois do primeiro contacto no evento, a próxima iniciativa terá de vir dos candidatos para mostrarem que há interesse na proposta.

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Nos dois dias do festival são esperados 1.500 participantes e mais de 60 empresas. O evento tem ainda palestras e apresentações em paralelo sobre temas ligados às novas tecnologias.

Outra empresa que marca presença no Landing.jobs Festival é a Typeform, startup que está a mudar o paradigma dos formulários e inquéritos online – pode ver um exemplo AQUI. Atualmente tem uma equipa de cem pessoas, das quais três são portuguesas para o caso de querer sentir-se um pouco mais ‘em casa’.

Uma das responsáveis de contratação da Typeform, Joanna Pieniazek, veio a Lisboa à procura de programadores, pessoas ligadas ao design e “também pessoas de produto”. “Para nós a qualidade é muito importante”, assegurou. Mas também foi avisando: números não são tudo, é preciso gostar da cultura da empresa.

Esta foi aliás uma das principais preocupações mostradas pelas empresas que estão na feira. Já não procuram apenas indivíduos que percebam de tecnologia, procuram acima de tudo ‘pessoas’, isto é, elementos que consigam integrar-se bem nos ambientes profissionais que têm estado a desenvolver.

“Os candidatos gostam do ambiente mais informal, muitos já conhecem a Typeform”. E a presença em eventos permite justamente perceber logo este lado mais ‘humano’ pois os candidatos têm realmente hipótese de mostrar quem são. Caso sejam mais inibidos há muita cerveja a circular no recinto que pode ajudar a baixar os níveis de nervosismo ou até timidez.

Isso e uma viagem de barco diária onde os candidatos são convidados a ter um contacto diferente com outros profissionais e recrutadores. Se os vir hoje no rio Tejo já sabe: estes não são profissionais à deriva, são justamente informáticos, engenheiros e programadores que querem evitar que as suas carreiras afundem. O mundo está cheio de oportunidades para quem tem competências tecnológicas, mas este fim de semana só Lisboa interessa.