Intel está a desenvolver sensor de profundidade para os HTC Vive

Entre os 16 e 18 de agosto a tecnológica norte-americana vai organizar o seu encontro mundial de programadores, o Intel Developer Forum. E uma das primeiras pistas do que poderá ser visto nesse período foi revelado justamente por um dos elementos da Intel. Dimitri Diakopoulos faz parte da equipa de engenharia de protótipos e antecipou um periférico para os HTC Vive:

Dimitri Diakopoulos tinha publicado um tweet com uma imagem do periférico acoplado aos óculos de realidade virtual da HTC, mas a publicação foi entretanto apagada.

Na prática é uma pequena torre que é acoplada na parte frontal dos óculos. Este equipamento pode suportar até seis câmaras – três de lado direito, três do lado esquerdo – e terá como principal função funcionar como um sensor de profundidade.

Desta forma será possível fazer uma monitorização mais precisa do posicionamento das mãos do utilizador, da distância para os objetos que o rodeiam, do possível aparecimento de novos obstáculos – como uma pessoa que entra na sala – e até para configurações automáticas.



Como explica a publicação Upload VR, o objeto criado pela Intel pode fazer uma análise à sala onde está o utilizador e automaticamente ajustar as definições de cada jogo para esse ambiente.

As câmaras incorporadas no sensor também podem vir a ser usadas como um sistema ‘atravessador’, isto é, que permite ao utilizador ver o mundo real sem necessitar de tirar os óculos de realidade virtual.

Dimitri Diakopoulos confirmou que é um protótipo, que pesa apenas dez gramas e que vamos ouvir falar dele durante o Intel Developers Forum. O engenheiro acrescentou mais tarde que na sua opinião será “raro comprar qualquer dispositivo de usar na cabeça [HDM na sigla em inglês] em 2018 sem que tenham sensores visuais adicionais integrados”.

Quando o FUTURE BEHIND entrevistou o responsável da Intel Portugal, Alexandre Santos, no final de maio – a propósito das mudanças anunciadas pela Intel – , o tema da realidade virtual aliado à tecnologia Real Sense foi um dos temas abordados.

“A Intel disse que ia desinvestir no Real Sense e é verdade. A Intel desinveste no Real Sense onde ele não estava a ser apreciado: no consumo. Mas vai continuar a investir no Real Sense porque continua a ser uma característica interessante para a parte de negócio. Porquê? Porque há sensores específicos feitos em três dimensões e isto pode ser uma mais valia”, explicou, para depois acrescentar:

“Quando falamos de realidade virtual passamos muito por isso, que é a Internet das Coisas. Colocar cada vez mais sensores no mundo que nos rodeia”.

O executivo da Intel considerou ainda que o ecossistema da realidade virtual vai muito além de uma câmara ou de um sensor. “É muito mais profundo do que isso. Muito mais. A realidade virtual é provavelmente o nosso futuro”, defendeu Alexandre Santos.

 

Rui da Rocha Ferreira: Fã incondicional do Movimento 37 do AlphaGo.
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