Os telefones dobráveis sempre me deram alguma curiosidade desde que os primeiros protótipos surgiram com este conceito. Com o passar dos anos, como todos os produtos, foram alterando a sua forma e função com o intuito de facilitar o seu uso, mas também a sua longevidade, já que se previa que fossem mais frágeis dando a maleabilidade do seu ecrã e este Samsung Galaxy Z Fold 7 é o culminar de alguns anos de evolução.
Mas estamos em 2025, estes equipamentos deram um grande passo em frente e a Samsung que esteve no seu início continua a recolher os frutos do seu trabalho com os seus mais recentes modelos, o Galaxy Z Flip 7 e o que temos em mão, o Galaxy Z Fold 7.
O Samsung Galaxy Z Fold 7 não é apenas um smartphone. É engenharia e a prova de que a Samsung está determinada a dominar o mercado de telefones dobráveis. O Z Fold 7 entrega uma experiência polida e quase sem compromissos. As críticas das gerações anteriores foram maioritariamente resolvidas, mas ainda mantém alguns pontos que definem a categoria.





A forma e a função
A mudança mais impactante e visível no Galaxy Z Fold 7 é o seu design. A Samsung reduziu drasticamente o peso e a espessura do equipamento. Com este meu tempo de utilização, confunde-se facilmente com um smartphone “normal” que só se nota algo de diferente quando o abrimos e se torna o tablet.
A redução é notável. Com apenas 8,9 mm quando dobrado (a versão anterior tinha 12.1mm) e um peso de cerca de 215 g, o Z Fold 7 torna-se muito mais confortável de segurar, carregar no bolso e usar com uma mão.
A Samsung redesenhou completamente a dobradiça do Z Fold 7. A nova Armor FlexHinge é mais compacta, nota-se a sua durabilidade e contribui para o perfil mais fino do equipamento. A dobradiça quase não deixa espaço entre as duas metades do telefone quando fechado, o que minimiza a entrada de poeiras e água (tem a certificação IP48), uma grande preocupação para os primeiros dobráveis.
O ecrã externo e a parte traseira são protegidas por Corning Gorilla Glass Ceramic 2 e Gorilla Glass Victus 2, respetivamente. A classificação IP48 torna-o resistente às poeiras (partículas maiores que 1mm) e submerso até 1,5 metros de água por 30 minutos, um avanço na proteção nesta categoria de aparelhos. A marca afirma que o ecrã interno resiste a 500.000 dobras, o que é um aumento de mais de 2,5 vezes em relação ao Z Fold 6, mas precisamos de um youtuber para confirmar isso.
Os dois belos ecrãs
Os ecrãs do Galaxy Z Fold 7 são, sem surpresa, um dos pontos mais altos do equipamento. A Samsung, líder em tecnologia de displays, põe a fasquia muito alta neste segmento e não deixa o seu crédito por mãos alheias.
O ecrã exterior de 6,5 polegadas tem uma nova proporção de 21:9, o que o torna, faltando melhor palavra, normal para um smartphone de topo. A resolução de 2520 x 1080 pixels e a taxa de atualização adaptativa de 120 Hz garantem aquela experiência que esperamos num flagship, a imagem fluida e nítida. E o ecrã é tão bom que a necessidade de abrir o smartphone para tarefas simples é menor.
Já o ecrã interior de 8 polegadas é a estrela do espetáculo. Com uma resolução de 2184 x 1968 pixels e um brilho máximo de 2600 nits, o Dynamic AMOLED 2X é incrivelmente visível e brilhante mesmo sob forte luz solar. O vinco central, a cruz dos smartphones dobráveis, ainda está presente, mas é muito menos percetível do que em gerações anteriores, e praticamente desaparece quando o ecrã está ligado.
Antes a câmera frontal por baixo do display e agora é um discreto furo que oferece uma grande qualidade das selfies e videochamadas para além vermos tudo bem melhor graças ao tamanho do ecrã.
Câmeras impressionantes
Os smartphones dobráveis não têm a melhor reputação no que toca às suas câmeras, mas isso muda agora com o Galaxy Z Fold 7. A Samsung resolveu isso de forma “simples” e o Fold 7 herdou o sistema de câmeras do Galaxy S25 Ultra.
O sensor principal de 200 MP é a grande novidade. O sensor principal de alta resolução, oferece um grande nível de detalhe sem precedentes para um dobrável. A performance em baixa luminosidade foi significativamente melhorada, e no geral com bastante luz capta todos os detalhes, resultando em fotos mais naturais e com cores garridas.
No que concerne os outros sensores, o conjunto de câmeras é completado por uma câmera ultrawide de 12 MP (com autofoco) e uma teleobjetiva de 10 MP com zoom óptico de 3x.
Em vídeo, o Z Fold 7 suporta gravação de vídeo em até 8K a 30 fps com o sensor principal, e em 4K a 60 fps com os outros sensores. O resultado são vídeos com excelente estabilização, com um nível de detalhe que impressiona.



Desempenho e bateria
O coração do Galaxy Z Fold 7 é o processador Qualcomm Snapdragon 8 Elite for Galaxy. Este chip foi projetado para oferecer o máximo desempenho, especialmente em tarefas exigentes, como multitasking e jogos. Uma autêntica máquina, testámos Asphalt Legends e Destiny Rising, totalmente compatíveis com o ecrã aberto de 8 polegadas e não podíamos estar mais satisfeitos. A qualidade gráfica apresentada rivaliza com outras versões dos jogos outros sistemas.
No Destiny Rising ficamos boquiabertos com o que estava no ecrã comparativamente com o jogo que estava instalado noutros smartphones. Um jogo com muita ação e muitos efeitos no ecrã, corria a alta resolução e a 60 fps sem quebras de relevo. Se querem aliar alta performance e mobile gaming, o Fold 7 faz maravilhas nesse campo.
De acordo com o fabricante, a CPU é 38% mais rápida, a GPU 26% mais suave e a NPU (para IA) 41% mais rápida em relação ao modelo anterior. Isto traduz-se num desempenho formidável em qualquer situação, desde alternar entre múltiplas janelas de aplicações e jogos pesados no maior ecrã sem aquecer o muito o equipamento. Mas ele aquece e notei principalmente enquanto o punha como hotspot.
A bateria de 4400 mAh, faz com que o Z Fold 7 consiga aguentar um dia inteiro de uso moderado a intenso, mas a velocidade de carregamento de apenas 25 W ainda é um ponto fraco, muito lenta para um equipamento premium, especialmente quando comparado com a concorrência que oferece carregamento de 60 W ou mais. Carregamento sem fios também é suportado, neste caso a 15 W, mas é o standard nos smartphones.
Software e interface de utilizador com novidades
Com o Android 16 no comando e com a interface One UI 8, o Z Fold 7 é um centro de produtividade e entretenimento. Para mim, o software para além dos ecrãs, é o que diferencia este género de equipamentos dos outros, otimizado para o formato dobrável.
A capacidade de ter até três aplicações abertas no ecrã maior, e podemos adicionar algumas flutuantes, é algo que a nossa capacidade de multitasking agradece. Não é algo que se use sempre, mas é mais útil que pensamos. Ter uma conversa no WhatsApp de um lado enquanto consultamos o email ou ler notícias do outro, muda a nossa vida pela facilidade do processo tornando-o banal, o que é muito bom para o utilizador. A Samsung aperfeiçoou a experiência de arrastar e soltar tornando essa ação muito intuitiva.
A inteligência artificial em prol do utilizador
As ferramentas de inteligência artificial da Samsung estão totalmente integradas e são ainda mais úteis no ecrã interior. O circle to search (circular para procurar), o assistente de fotografia que remove objetos e as pode melhorar consideravelmente e o resumo de páginas da internet são funcionalidades que brilham neste grande ecrã.
Podem esperar as seguintes aplicações da Galaxy AI:
- Tradução em tempo real: Permite a tradução de voz em tempo real durante chamadas.
- Intérprete: Facilita a comunicação em conversas em tempo real com pessoas que falam diferentes idiomas.
- Assistente de Transcrição: Transcreve e resume gravações, criando notas e até sugere lembretes.
- Assistente de Navegação: Resume instantaneamente páginas web longas, fornecendo rapidamente os tópicos mais importantes, e pode ser usado com o Google Gemini.
- Assistente de Fotografia: Uma ferramenta de edição que pode mover, apagar ou ampliar objetos em fotografias, ajustar ângulos e preencher fundos com a IA.
- Estúdio de Retratos: Cria retratos com qualidade de estúdio, mesmo para animais de estimação, e pode ser usado com o modo retrato para melhorar fotografias.
- Edição Generativa: Preenche fundos e faz sugestões inteligentes como “Sugerir Apagar” para detetar e remover elementos indesejados, como pessoas a passar.
- Redução de Ruído com IA: Limpa o ruído de fundo de gravações com um único toque.
- Circular para Pesquisar com Google: Encontra rapidamente informações sobre qualquer elemento que selecionemos no nosso ecrã.
- Now Brief e Now Bar: Exibe informações personalizadas, notificações e acesso rápido a dados relevantes.
O pano é bom, mas tem nódoas
O Galaxy Z Fold 7 é um equipamento notável e impactante e adorei cada momento que o tive nas mãos, principalmente a utilização da inteligência artificial e poder abri-lo, ser mais fácil ler artigos e até jogar (algo que não faço muito nos smartphones), mas tenho alguns problemas com a estrutura exterior do Fold 7 comparativo ao preço.
É premium? É. Vale na sua versão base por volta dos 2.000 euros? Comparando a alguns smartphones tradicionais, talvez e depende sempre da nossa carteira. Mas para um produto premium não consigo deixar de ver algumas pequenas falhas que deveriam ser debeladas na sua conceção.
O módulo das câmeras é vertical e ao pousar o telefone numa mesa, fica desapoiado e se lhe quisermos mexer enquanto assim estiver, ele não está estático, bandeia por todo o lado. É uma picuinhice? É. Se comprar uma capa resolve o problema? Possivelmente. Outro “problema” que senti inicialmente foi abrir o smartphone. A dobradiça Armor FlexHinge é muito competente, mas é preciso jeito e esforço para o abrir sem o deixar cair. Não há uma textura diferente na lateral do equipamento que nos dê a sensação de os dedos estão a agarrar bem e que a qualquer momento uma tragédia estar para acontecer.
O meu ponto foca-se no valor do Fold 7 e de ser premium, um smartphone que é novidade e queremos mostrá-lo aos amigos. Ele não pousar bem na mesa ou ser mais difícil de abrir, tira-lhe um pouco o fator wow e não mostra facilidade de utilização, pelo contrário.

Considerações finais
A minha experiência com o Galaxy Z Fold 7 deixou-me ainda mais apaixonado por smartphones dobráveis. Versátil, fino, leve e muito competente debaixo do capô, apoia-se nos seus belíssimos ecrãs e na inteligência artificial para nos cativar ainda mais. É o auge da tecnologia dobrável.
Um entusiasta da tecnologia que está disposto a investir não fica defraudado com um smartphone que vai durar anos até ser completamente ultrapassado.
A minha experiência com o Galaxy Z Fold 7 deixou-me ainda mais apaixonado por smartphones dobráveis. Versátil, fino, leve e muito competente debaixo do capô, apoia-se nos seus belíssimos ecrãs e na inteligência artificial para nos cativar ainda mais. É o auge da tecnologia dobrável.
Um entusiasta da tecnologia que está disposto a investir não fica defraudado com um smartphone que vai durar anos até ser completamente ultrapassado.


